Potencial aquisição da TAP pela Air France-KLM

O presidente executivo da Air France-KLM, Ben Smith, admitiu o interesse do grupo numa potencial entrada no capital da TAP, sublinhando que a motivação é mais estratégica do que puramente financeira.

A condição principal para o avanço de um investimento é a obtenção do controlo sobre a gestão comercial da companhia aérea portuguesa. Smith explicou que, embora o controlo comercial exija tipicamente uma participação maioritária de 51% a 70%, o grupo está recetivo a analisar estruturas alternativas, desde que estas garantam a obtenção de sinergias e tornem a TAP mais competitiva no mercado.

Caso a privatização se concretize, a Air France-KLM planeia replicar o modelo aplicado na aquisição da KLM há 20 anos.

Este modelo prevê a manutenção da marca TAP, a continuidade do hub em Lisboa e a preservação dos postos de trabalho.

O grupo franco-neerlandês compromete-se ainda a adicionar novas rotas, aumentar o número de passageiros e investir na área da manutenção.

Os planos incluem também o crescimento das operações no Porto, com a possibilidade de utilizar a companhia Transavia para esse fim.

Relativamente a outros potenciais compradores, Ben Smith considera que uma eventual venda da TAP ao grupo IAG, proprietário da Iberia e da British Airways, enfrentaria sérias dificuldades. O CEO antecipa que seria "politicamente complicado" justificar em Portugal que os interesses da TAP seriam mais bem defendidos sob controlo da Iberia, e prevê também "dificuldades adicionais" do ponto de vista regulatório em Bruxelas.