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Economia Sexta-feira, Agosto 8

Altice dispensa mil trabalhadores. Vão ser substituídos por Inteligência Artificial

A Altice Portugal vai dispensar mil trabalhadores, substituindo-os por soluções de Inteligência Artificial, um movimento que espelha uma transformação mais vasta que está a abalar tanto o mercado de trabalho como os modelos de negócio tradicionais, como o da consultoria.
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A Altice Portugal, detentora da MEO, vai dispensar cerca de mil trabalhadores, o que representa 16% da sua força de trabalho, devido à implementação de Inteligência Artificial (IA) para realizar tarefas que até agora eram executadas por humanos. Segundo Jorge Félix, presidente do sindicato dos trabalhadores da empresa, 800 funcionários aderiram a um programa de rescisão contratual em julho, somando-se a outros 200 que já tinham acordado a sua saída.

Esta transição reflete uma tendência global.

Um relatório do Fórum Económico Mundial de fevereiro de 2025 indica que 41% dos empresários inquiridos planeiam reduzir a sua força de trabalho nos próximos cinco anos como resultado da IA, afetando principalmente funções relacionadas com a introdução de dados. Contudo, o mesmo estudo revela que 77% desses empresários pretendem formar os seus colaboradores para trabalharem com as novas ferramentas de IA.

Esta disrupção tecnológica estende-se a outros setores, como o da consultoria.

Hugo de Sousa, CEO da Mars Shot, argumenta que o modelo de negócio das grandes consultoras está ameaçado pela IA.

A insatisfação dos clientes com projetos de transformação digital caros e ineficazes é crescente, com estudos a apontar que entre 70% e 84% destas iniciativas falham os seus objetivos.

O caso do LIDL, que abandonou um projeto SAP de 500 milhões de euros por ser demasiado complexo, é um exemplo sintomático destes fracassos. Em resposta, emerge um novo modelo de trabalho mais ágil e tecnológico, focado na iteração constante e na obtenção de resultados rápidos (“build fast, learn fast”). Ferramentas como o ChatGPT e agentes de IA autónomos estão a automatizar tarefas de análise e a permitir a cocriação de soluções com protótipos funcionais em dias, em vez de meses.

O desafio, no entanto, não reside na tecnologia, mas na sua integração.

Embora 75% dos líderes considerem a IA uma prioridade, apenas 25% conseguem obter benefícios reais, frequentemente por não repensarem os processos, a cultura e a governação das suas organizações.

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