Associações de estudantes repudiam declarações do ministro da Educação sobre degradação de residências



Cerca de duas dezenas de associações e federações académicas de todo o país reagiram às declarações do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, sobre o estado das residências universitárias. O ministro defendeu que as residências se degradam por serem usadas "apenas por pessoas que não têm voz, que são de rendimentos mais baixos", propondo um modelo que misturasse estudantes de vários estratos sociais e desse aos alunos deslocados a liberdade de escolher entre uma residência ou um quarto particular com o mesmo apoio monetário. As associações de estudantes rejeitaram veementemente esta justificação, considerando que as declarações poderiam ser interpretadas como uma associação entre vulnerabilidade social e degradação dos serviços públicos. Num comunicado conjunto, subscrito por representantes de universidades como Coimbra, Minho e Algarve, bem como pela Federação Académica de Lisboa, os estudantes afirmaram que "os estudantes de menores rendimentos não são o problema da ação social". A degradação, segundo eles, resulta do "subfinanciamento crónico da ação social" e da "ausência, ao longo dos anos, de uma estratégia consistente de investimento, manutenção e valorização destas infraestruturas". Outro movimento associativo estudantil, em comunicado intitulado "Menos desculpas, mais residências públicas", classificou as palavras do ministro como uma "lamentável demonstração de desdém aos estudantes" e reiterou que a falta de obras de reabilitação por parte do Governo é a verdadeira causa do problema.
O movimento estudantil prometeu "iniciar um segundo semestre em luta" pelos seus direitos.
Em resposta à controvérsia, o Ministério da Educação emitiu um esclarecimento, garantindo que Fernando Alexandre não responsabiliza os estudantes de baixos rendimentos, mas sim a "gestão das residências".
Foi ainda mencionado que o Governo recuou numa proposta inicial de privilegiar estudantes do primeiro ano, após críticas de universidades e politécnicos.














