Amazon bloqueou mais de 1800 candidaturas de emprego falsas ligadas à Coreia do Norte



A gigante tecnológica Amazon anunciou ter bloqueado mais de 1.800 candidaturas de emprego suspeitas de estarem ligadas a cidadãos da Coreia do Norte. Segundo o chefe de segurança da empresa, Stephen Schmidt, os norte-coreanos procuram ativamente obter empregos em regime de teletrabalho na área da informática junto de empresas em todo o mundo, com um foco especial nos Estados Unidos, como forma de contornar sanções e financiar o programa de armamento do seu país. Schmidt alertou que o número de candidaturas detetadas aumentou quase um terço no último ano.
Muitas destas tentativas de fraude estão associadas às chamadas “laptop farms”: instalações com computadores localizados fisicamente nos EUA e ligados a operadores norte-americanos, mas controlados remotamente a partir do estrangeiro.
Para identificar estas candidaturas, a Amazon tem analisado detalhes como números de telefone com formatos incorretos e diplomas académicos suspeitos.
O responsável pela segurança da Amazon sublinhou que este fenómeno não se limita à sua empresa, tratando-se provavelmente de um esquema que ocorre "em larga escala em todo o setor".
As autoridades têm atuado contra estes esquemas.
Em julho, uma cidadã norte-americana foi condenada a mais de oito anos de prisão por liderar uma destas "laptop farms", que permitiu a norte-coreanos obter empregos em mais de 300 empresas de tecnologia dos EUA, gerando mais de 17 milhões de dólares. Em 2024, outro cidadão norte-americano foi detido por ajudar trabalhadores da Coreia do Norte a conseguir empregos no Reino Unido e nos EUA.
O procurador Henry Leventis afirmou que o regime norte-coreano enviou "milhares de profissionais altamente qualificados" para o estrangeiro com o objetivo de enganar empresas e financiar o seu programa de armamento, violando as sanções das Nações Unidas que proíbem cidadãos norte-coreanos de trabalhar no exterior.
Outros relatórios corroboram esta prática.
Os serviços de informação da Coreia do Sul já tinham alertado que agentes norte-coreanos usavam a rede social LinkedIn para se fazerem passar por recrutadores. Além disso, um relatório de 2024 da organização 38 North revelou que programadores norte-coreanos, ocultando a sua nacionalidade, conseguiram contratos para trabalhar em projetos de animação para empresas como a HBO Max e a própria Amazon.











