
Análise ao editorial de André Villas-Boas na revista Dragões



No editorial da revista Dragões de setembro, André Villas-Boas criticou veementemente a Liga Portugal e o seu presidente, Reinaldo Teixeira, descrevendo a situação do futebol português como um palco de “trapalhadas em catadupa”. O presidente portista manifestou preocupação com o “contínuo enfraquecimento do futebol português”, alertando para o risco de Portugal ser ultrapassado pela Bélgica no ranking da UEFA, o que resultaria na perda de um lugar de acesso à Liga dos Campeões e em graves consequências financeiras para os clubes. Villas-Boas acusou a liderança da Liga de ser “inócua e vazia”, apontando como exemplos de má gestão os “calendários erráticos” e as “leituras enviesadas dos regulamentos”, como nos casos do quase adiamento do jogo com o Nacional e do adiamento do encontro com o Arouca. Estas decisões, segundo o dirigente, prejudicaram o FC Porto, forçando a equipa a disputar três jogos num curto espaço de tempo antes de importantes compromissos europeus e de um clássico com o Benfica.
Em contraste com o cenário externo, Villas-Boas destacou a força interna do clube. Anunciou com “enorme orgulho” que a SAD do FC Porto apresentará resultados financeiros positivos, o que permitirá “inverter a situação do clube e viabilizar o maior investimento dos últimos anos no plantel principal”. O presidente sublinhou que este é o resultado de um “esforço coletivo” e que o caminho da sustentabilidade está a ser trilhado “com rigor e ambição”.
Elogiou também o “fantástico trabalho realizado pelo departamento clínico”, chefiado por Nélson Puga, considerando-o decisivo na rápida recuperação dos atletas perante um calendário dificultado por terceiros.
No plano desportivo, o presidente enalteceu o arranque de época da equipa orientada por Francesco Farioli, que alcançou sete vitórias consecutivas, um feito que apenas o próprio Villas-Boas, como treinador em 2010/11, tinha conseguido na história do clube. O dirigente destacou que os resultados são “prometedores” e que a equipa depende apenas de si própria, elogiando a vitória na Liga Europa contra o Salzburgo como uma demonstração do “talento e garra de uma equipa disposta a mostrar ao mundo o que é ser Porto”. Por fim, André Villas-Boas aproveitou o editorial para assinalar o 132.º aniversário do clube, homenageando os associados com 75 anos de filiação, e para endereçar notas de pesar a Paços de Ferreira e Boavista pelas mortes do ex-presidente Carlos Barbosa e de um jovem atleta das camadas de formação do clube axadrezado, respetivamente.
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