Angola Reforça Laços com Portugal e Navega Desafios da Mobilidade na CPLP



A recente aprovação de uma nova lei de estrangeiros em Portugal suscitou uma reação diplomática por parte de Angola. O ministro do Interior angolano, Manuel Homem, afirmou que, embora o seu país respeite a soberania de cada Estado-membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), considera fundamental que os cidadãos lusófonos continuem a beneficiar de condições de mobilidade vantajosas. Em declarações à margem da VI Reunião dos Ministros do Interior da CPLP, em Luanda, o governante sublinhou que, apesar dos desafios em áreas como a mobilidade e a economia, a comunidade tem demonstrado uma evolução constante e que o compromisso de todos os membros é essencial para fortalecer os laços. Em paralelo com as discussões políticas, Angola tem vindo a reforçar o apoio prático à sua comunidade em Portugal.
Exemplo disso é a recente inauguração de um Consulado Honorário em Viseu, distrito que acolhe cerca de dois mil angolanos, dos quais setecentas são estudantes do ensino superior. Esta nova infraestrutura, que se junta às de Vila Real, Guarda e Bragança, visa descentralizar os serviços consulares, permitindo que os cidadãos tratem de documentos como passaportes e bilhetes de identidade sem terem de se deslocar ao Porto.
Os objetivos do novo consulado, liderado pelo cônsul honorário António Cunha, transcendem o apoio administrativo.
A iniciativa pretende estimular a cooperação económica, educacional e cultural entre os dois países, apoiando a integração de estudantes, trabalhadores e empresários angolanos.
Foi destacado o potencial de investimento mútuo, com o tecido empresarial de Viseu a poder beneficiar da inovação e talento angolano, enquanto se promovem oportunidades em Angola nos setores agrícola, industrial e mineiro.
As novas sedes consulares funcionarão também como espaços de promoção da cultura angolana. O fortalecimento das relações bilaterais é ainda evidenciado pela assinatura de um memorando de entendimento entre o Comando-Geral da Polícia Nacional de Angola e a Guarda Nacional Republicana (GNR) de Portugal, focado na formação de quadros, troca de experiências e cooperação na investigação criminal.
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