A Dupla Aposta de Angola: Liderança nos Diamantes para Combater a Dependência do Petróleo



O governo angolano, através da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), manifestou confiança na sua proposta para adquirir a participação de 85% que a Anglo American detém na multinacional de diamantes De Beers. Segundo o secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Corrêa Victor, o objetivo é formar uma frente de países produtores africanos, incluindo o Botsuana, a Namíbia e a África do Sul, para controlar a empresa.
Esta estratégia visa impedir que a De Beers caia em "mãos especulativas" e garantir o tratamento adequado do diamante natural, reforçando o poder dos países produtores no mercado global.
Apesar desta ambição, o setor diamantífero angolano apresentou resultados mistos no primeiro semestre de 2025.
Embora o volume de diamantes exportados tenha aumentado 108,9% em comparação com o período homólogo de 2024, a receita gerada diminuiu 14%.
O preço médio por quilate situou-se nos 96,7 dólares, com os Emirados Árabes Unidos, a Bélgica e Hong Kong a serem os principais destinos.
Ainda assim, o executivo considera o segmento sólido e reitera o objetivo de tornar Angola o maior produtor mundial de diamantes, consolidando a sua posição como uma fonte atrativa de diamantes brutos de qualidade. Este esforço no setor dos diamantes ocorre num contexto económico mais amplo de vulnerabilidade. Um relatório do Centro de Investigação Económica (CINVESTEC) revelou que as exportações totais de Angola caíram 17,5% no primeiro semestre de 2025, largamente devido a uma redução de 18,9% nas vendas de petróleo, que ainda representam 80,6% do total das exportações.
Em contrapartida, as importações aumentaram 11%, agravando o défice da balança comercial não petrolífera.
Estes dados sublinham a forte dependência da economia angolana do exterior e a necessidade urgente de diversificação, um objetivo para o qual a aposta estratégica no controlo do mercado de diamantes parece ser fundamental.
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