Festa e Polémica: Jogo Milionário entre Angola e Argentina Divide Opiniões

A celebração dos 50 anos da independência de Angola será marcada por um jogo particular de futebol contra a Argentina, campeã do mundo, uma iniciativa que gerou uma intensa controvérsia nacional devido aos seus custos elevados.

Para assinalar os 50 anos da sua independência, Angola irá receber a seleção argentina, atual campeã do mundo, para um jogo particular no dia 14 de novembro, em Luanda. O encontro, confirmado pela Federação Angolana de Futebol (FAF), terá lugar no Estádio 11 de Novembro, com capacidade para 50 mil espetadores.

A iniciativa, proposta pelo Presidente João Lourenço em 2024, é vista pelo governo como uma oportunidade para promover o futebol nacional e projetar a imagem de Angola internacionalmente numa data simbólica.

No entanto, o evento está envolto em forte polémica devido aos custos associados, sobre os quais o Governo ainda não prestou esclarecimentos públicos.

As estimativas dos valores envolvidos variam consideravelmente: a UNITA, principal partido da oposição, aponta para cerca de 20 milhões de dólares (aproximadamente 18,5 milhões de euros), enquanto a Sport News Africa refere um valor de 12 milhões de euros. Outras fontes, como organizações da sociedade civil, indicam um montante a rondar os seis milhões de euros, e a DW aponta para 5,2 milhões. A oposição e vários setores da sociedade civil criticam o que consideram um gasto excessivo e um ato de "ostentação", argumentando que os fundos deveriam ser alocados para resolver problemas sociais urgentes como a fome e a malária. Em agosto, após tumultos em Luanda que resultaram na morte de 30 pessoas, ativistas angolanos apelaram à Associação de Futebol Argentino (AFA) e a Lionel Messi para que o jogo fosse cancelado, descrevendo-o como um contraste doloroso com as dificuldades enfrentadas por milhões de angolanos.

Este será o segundo confronto na história entre as duas seleções.

O primeiro ocorreu em maio de 2006 e terminou com uma vitória da Argentina por 2-0.

Segundo uma das fontes, outros países africanos, como Marrocos, também tentaram organizar um particular com a seleção campeã do mundo, mas recuaram devido aos elevados custos exigidos.