Candidatos presidenciais António Filipe e José António Seguro trocam críticas sobre o voto útil à esquerda



No contexto da corrida presidencial, os candidatos António Filipe e José António Seguro destacaram-se por uma troca de críticas centrada na estratégia de voto no espectro político da esquerda. Ambos os candidatos procuram consolidar o apoio dos eleitores progressistas, mas divergem na abordagem e na definição do chamado "voto útil".
António Filipe posiciona-se como "a candidatura de esquerda que faltava", sugerindo que a sua presença preenche uma lacuna no panorama eleitoral. A sua principal crítica dirige-se a José António Seguro, ao afirmar que os votos depositados neste candidato acabariam por beneficiar os candidatos da direita, Marques Mendes e Gouveia e Melo, caindo "no mesmo cesto".
Esta declaração implica que, na sua perspetiva, a candidatura de Seguro não representa uma verdadeira alternativa às forças políticas mais conservadoras. Por sua vez, José António Seguro apela à união de votos, numa estratégia que parece visar uma eventual segunda volta das eleições.
O seu argumento foca-se na concentração do eleitorado de esquerda para maximizar as suas hipóteses. Seguro foi contundente na sua mensagem, ao declarar que "um voto num candidato da esquerda à minha esquerda é um voto na direita". Com esta afirmação, Seguro sugere que a fragmentação do voto de esquerda, ao apoiar candidaturas como a de António Filipe, acabaria por dispersar forças e, paradoxalmente, facilitar a vitória de um candidato da direita. A troca de acusações entre os dois candidatos evidencia a tensão e a disputa pela hegemonia no campo da esquerda, onde o conceito de voto útil se torna uma arma de campanha.











