Da Crítica à Agressão: A Arbitragem Sob Intensa Pressão



A contestação à arbitragem manifestou-se de forma veemente através do treinador do Palmeiras, Abel Ferreira, que, após um empate com o Vitória, criticou duramente a atuação do árbitro. O técnico português insurgiu-se contra uma "narrativa" de que a sua equipa é beneficiada, apontando a expulsão de Andreas Pereira como um exemplo de falta de critério.
Segundo Abel, o jogador recebeu um primeiro cartão amarelo "ridículo" num lance em que nem sequer tocou no adversário e foi expulso por ter classificado a decisão como tal.
O treinador admitiu, no entanto, a má exibição da sua equipa na primeira parte, descrevendo-a como "45 minutos de apatia".
Abel Ferreira alargou as suas críticas à inconsistência geral, comparando o lance com um penálti assinalado contra a sua equipa no jogo com o São Paulo, que resultou numa longa suspensão para o árbitro desse encontro.
O técnico afirmou que, nesse caso, "meteram a cabeça dele a prémio" e que o "penduraram", questionando a falta de um critério uniforme nas decisões e como a pressão externa influencia a arbitragem.
Em Portugal, o descontentamento também se fez sentir a nível institucional.
O FC Porto apresentou queixas formais junto do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Os representantes do clube, incluindo André Villas-Boas, apontaram a falta de uniformidade de critérios como uma crítica central, mas também denunciaram decisões que, na sua perspetiva, favoreceram os rivais.
Adicionalmente, o clube censurou a política de comunicação da FPF sobre arbitragem, por entender que esta influencia negativamente a opinião pública.
O clima de hostilidade atingiu um ponto extremo em Vizela, onde um episódio de violência física marcou um jogo de juvenis. O árbitro Henrique Gomes terá sido agredido no balneário, ao intervalo da partida entre o Santa Eulália e o Santiago de Mascotelos, por um dirigente ligado a este último clube. A Associação de Árbitros de Futebol de Braga (AAFB) denunciou a "vergonhosa agressão", classificando-a como um "crime público" e não um mero erro. A AAFB manifestou total solidariedade para com o árbitro e exigiu uma resolução "célere, justa e severa" por parte do Conselho de Disciplina e das autoridades policiais, mostrando-se preocupada com o facto de comportamentos desta gravidade partirem de dirigentes desportivos.















