
Área ardida corresponde a 3% do território nacional. Governo afasta ter falhado na prevenção



A empresa papeleira britânica DS Smith, representada pela Savills, concluiu a venda de 870 hectares de floresta sustentável certificada pelo FSC em Portugal. Os terrenos, localizados nas regiões de Bragança e Alentejo, são compostos por plantações de pinheiro-manso, sobreiro e eucalipto.
A maior parcela, a propriedade Vale de Mouro com 709 hectares, foi adquirida pela Antarr, uma empresa portuguesa dedicada à preservação florestal e ao investimento em propriedades produtivas e biodiversas. A área restante foi vendida a uma empresa madeireira.
Esta transação é considerada um "passo decisivo no mercado português de investimento florestal", segundo Bruno Amaro da Savills Portugal.
A operação, que constitui a primeira fase de uma iniciativa transfronteiriça de 2.685 hectares em Portugal e Espanha, demonstra um interesse crescente dos investidores institucionais que valorizam as florestas não apenas como ativos madeireiros, mas também pelo seu valor ambiental e financeiro a longo prazo.
Matthew Stone, da DS Smith, expressou satisfação por encontrar um comprador com um compromisso de investimento ético e duradouro.
Contudo, este desenvolvimento positivo contrasta com os profundos desafios que afetam a floresta portuguesa.
Num artigo de opinião, Nuno Afonso descreve um panorama de desordenamento, proliferação de espécies invasoras e burocracia intensa. Os problemas sistémicos incluem a fragmentação do sistema, a falta de uma base legal sólida, a dispersão de informação e uma visão de longo prazo inconsistente, que resulta em investimentos ineficazes, como reflorestações que revertem ao estado inicial em poucos anos.
A desertificação rural e a fragmentação do território, especialmente no Alto Minho, agravam a situação.
Como alternativa aos modelos atuais, baseados em subsídios considerados ineficazes, é proposto um modelo agro-silvo-pastoril integrado, complementado por pagamentos por serviços de ecossistema (PSE) dinâmicos.
Este sistema remuneraria os proprietários não apenas pela produção, mas pelo valor ambiental gerado, como a prevenção de incêndios através do pastoreio, a proteção dos solos e a promoção da biodiversidade.
A implementação deste modelo exigiria uma base legal sólida, descentralização regional para dar mais autonomia às autoridades locais e o desenvolvimento de tecnologia para monitorização e atribuição de valor aos serviços ambientais, transformando a floresta num polo de atração e sustentabilidade.
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