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Associação de bombeiros pede vistorias regulares e "rotina de simulacro" depois de acidente no Elevador da Glória

O presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) defende a criação de equipas de sapadores profissionais em todos os concelhos e a implementação de uma cultura de prevenção com vistorias e simulacros regulares para aumentar a segurança em Portugal.
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Fernando Curto, presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), sublinhou a necessidade de reforçar a profissionalização dos bombeiros em Portugal, propondo a criação de equipas de sapadores em cada município. Estas equipas teriam um papel duplo: durante a época de incêndios, atuariam no combate direto ao fogo; no resto do ano, focariam-se na prevenção, através da sensibilização de proprietários, fiscalização de limpezas e construção de aceiros. Segundo Curto, o investimento, que seria da responsabilidade do Governo, é justificado pelos elevados prejuízos anuais causados pelos incêndios, que este ano já ascendiam a 600 milhões de euros.

A medida permitiria também fixar profissionais qualificados no interior e criar uma "nova cultura municipal" de proteção civil, com as equipas a operarem sob a alçada do presidente da Câmara.

Esta profissionalização não extinguiria os bombeiros voluntários.

Pelo contrário, permitiria que se dedicassem mais ao serviço de saúde e transporte de doentes, à semelhança do que acontece em Espanha ou França, mantendo um papel complementar no combate a incêndios.

Fernando Curto considera que, no contexto atual, "ser voluntário e ser bombeiro é uma utopia" devido à dificuldade em assegurar disponibilidade.

O dirigente notou que o Governo tem demonstrado abertura para negociar esta matéria.

Na sequência do acidente com o Elevador da Glória em Lisboa, que resultou em 16 mortos e 23 feridos, o presidente da ANBP lamentou que a fiscalização só ocorra após as tragédias.

Defendeu a criação de um "calendário cíclico e normal" de vistorias a equipamentos públicos por parte dos bombeiros e outras entidades. Além disso, criticou a ausência de uma "cultura de simulacro" em Portugal, afirmando que entidades públicas e privadas recusam realizar exercícios de prevenção por receio de perdas financeiras, uma atitude que classificou como "anedótica, triste e lamentável". A implementação de uma rotina de simulacros diminuiria riscos, mortes e prejuízos. Curto criticou ainda a gestão do combate aos incêndios deste verão, apontando falhas como o atraso no pedido de ajuda internacional e a desorganização no terreno, como a falta de guias para as colunas de reforço. Criticou também o facto de os bombeiros serem alocados a tarefas de rescaldo, que poderiam ser executadas por sapadores florestais ou militares, e a falta de ordenamento florestal que impede o acesso dos veículos de combate.

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