
60 Anos do PNV: Desafios da Hesitação Vacinal e o Combate à Desinformação



No âmbito da cerimónia comemorativa dos 60 anos do Programa Nacional de Vacinação (PNV), que decorreu na Fundação Champalimaud, em Lisboa, diversas entidades de saúde manifestaram preocupação com o aumento da hesitação vacinal em Portugal. A presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Ema Paulino, reconheceu que esta tendência tem sido mais observada na população jovem nos últimos dois anos. Segundo a ANF, a recusa da vacina contra a covid-19 duplicou entre os mais jovens, embora a recusa da vacina da gripe se mantenha estável nos 10%.
A desinformação, propagada principalmente através das redes sociais, foi apontada como a principal causa para este fenómeno.
Ema Paulino alertou que as redes sociais e os motores de busca "não são os melhores locais para encontrar informação", explicando que os algoritmos tendem a criar bolhas informativas que reforçam crenças pré-existentes. A enfermeira Lurdes Costa e Silva corroborou esta visão, acrescentando que as gerações atuais de pais não têm "memória da doença", como o sarampo ou a poliomielite, o que as torna mais suscetíveis a narrativas antivacinas.
A antiga diretora da DGS, Graça Freitas, também se mostrou preocupada com o crescente discurso antivacinas.
Para fazer face a estes desafios, a Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou o “Livro Azul de Vacinas”, um referencial técnico que agrega toda a informação relevante sobre vacinas e imunização. Segundo a diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, o objetivo é que este seja um "documento dinâmico, colaborativo, ágil e em constante atualização" para apoiar os profissionais de saúde com a evidência científica mais recente e promover uma comunicação clara com a população. O documento aborda o PNV, a vacinação para grupos de risco e a vacinação em contexto de viagens. José Albino, presidente da associação de doentes RESPIRA, salientou ainda a necessidade de combater a má informação e melhorar as taxas de vacinação nos adultos.
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