Vítimas de Abuso na Igreja Criticam 'Opacidade e Desrespeito' no Processo de Compensação



A Associação Coração Silenciado, que representa as vítimas de abuso na Igreja Católica, manifestou a sua indignação perante o processo de compensação financeira em curso. A associação acusa o processo de seguir um "padrão de opacidade, lentidão e desrespeito pelas pessoas que sofreram abusos". Uma das principais críticas é a falta de divulgação do montante global que a Igreja destinou para a reparação das vítimas, que já são cerca de 90 reconhecidas pela própria instituição, embora o número de pedidos de indemnização tenha subido para 93, segundo o Grupo VITA, entidade responsável pelo processo. A indignação da associação surge num contexto em que se sabe que a conclusão da fase de análise e entrevistas está prevista apenas para o início de 2026, um prazo que contribui para a perceção de lentidão.
Perante esta situação, a Coração Silenciado apresentou exigências claras para garantir a dignidade e a justiça para os sobreviventes.
A associação reivindica que as vítimas tenham acesso "imediato e integral aos pareceres que lhes dizem respeito".
Pede ainda que o processo se torne "plenamente transparente, digno e centrado nos sobreviventes".
Por fim, a associação exorta a Igreja Católica em Portugal a pôr um "termo à cultura de ocultação que continua a comprometer a verdade e a justiça", sublinhando a necessidade de uma mudança fundamental na abordagem da instituição a este tema sensível.












