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Local Sábado, Agosto 16

Associação Oikos de Leiria exige inquérito a avaria face a “enormes danos ambientais”

Uma avaria numa estação elevatória em Monte Real, no concelho de Leiria, provocou a descarga de efluentes não tratados para o rio Lis, resultando em graves danos ambientais e desencadeando uma resposta coordenada de várias entidades para mitigar os impactos.
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Uma avaria nas bombas da estação elevatória de Monte Real, no concelho de Leiria, gerida pela empresa Águas do Centro Litoral (AdCL), levou à descarga de emergência de efluentes não tratados diretamente para o rio Lis e uma vala de rega adjacente.

O incidente, que ocorreu na terça-feira, provocou o que a associação ambientalista Oikos classificou como “enormes danos ambientais”, com a Guarda Nacional Republicana (GNR) a confirmar a morte de fauna, sobretudo peixes.

Em consequência, foram interditados os banhos na Praia da Vieira, na Marinha Grande, onde o rio desagua, e a Câmara de Leiria desaconselhou atividades como captações para rega, banhos e pesca no troço do rio afetado.

A AdCL informou que a avaria foi resolvida e as descargas terminaram.

Para mitigar os efeitos da poluição, foi organizada uma operação coordenada entre a AdCL, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Lis. A ação consistiu na abertura sequencial de três açudes (Parque, Arrabalde e Salgadas) para aumentar temporariamente o caudal do rio em 1.000 litros de água por segundo, visando auxiliar na limpeza do leito e no transporte de resíduos acumulados. Esta medida foi decidida numa reunião que contou com a presença do secretário de Estado do Ambiente e das Câmaras Municipais de Leiria e da Marinha Grande. A AdCL, através do seu vogal executivo, Paulo Leitão, garantiu que a empresa assumirá a responsabilidade civil e ambiental decorrente do incidente, acionando as suas apólices de seguro. Leitão explicou que a avaria foi um acontecimento raro, não relacionado com falta de manutenção, e que a empresa está a estudar intervenções para prevenir futuras ocorrências, como a instalação de sistemas de selagem e bombas mais resistentes a inundações. O caso motivou a exigência de um inquérito rigoroso por parte da associação Oikos e da Câmara de Leiria, que reclamam também a determinação dos impactes e a definição de medidas compensatórias. A APA notificou a AdCL para instalar um sistema de retenção de efluentes e iniciou os mecanismos sancionatórios aplicáveis. A GNR está a investigar a ocorrência para comunicação ao Ministério Público, tendo já recolhido amostras de água para análise.

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