Terrorismo na África Ocidental: Entre a Violência no Terreno e a Disputa de Narrativas Internacionais



Membros do Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap) atacaram com armas pesadas uma base militar em Malam Fatori, no nordeste da Nigéria, perto da fronteira com o Níger.
O confronto, ocorrido na segunda-feira, resultou em 14 soldados nigerianos feridos.
Fontes militares confirmaram que, durante os combates, vários terroristas foram mortos e nove foram capturados.
O grupo Iswap reivindicou a responsabilidade pelo ataque, alegando ter "matado e ferido" 12 militares e apreendido uma metralhadora.
Este ataque insere-se num quadro de violência persistente na região.
A cidade de Malam Fatori, anteriormente ocupada pelo Boko Haram, já foi alvo de doze ataques do Iswap desde janeiro. A insurgência de longa data, liderada pelo Boko Haram e pela sua fação rival Iswap, já causou mais de 40.000 mortos e forçou mais de dois milhões de pessoas a abandonar as suas casas desde 2009, segundo dados das Nações Unidas.
A instabilidade expandiu-se para os países vizinhos — Níger, Camarões e Chade —, o que motivou a criação de uma coligação militar regional. A situação dos refugiados é particularmente vulnerável, com os ataques a intensificarem-se após as operações de repatriamento.
A violência na Nigéria gerou também uma disputa de narrativas a nível internacional.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, acusou o governo nigeriano de "permitir a matança de cristãos" e anunciou ter declarado o país como "nação de especial preocupação" por violações da liberdade religiosa.
Em resposta, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) negou que os cristãos sejam um alvo específico, afirmando que a violência terrorista na região não discrimina com base na religião, etnia ou género, afetando civis de todas as confissões. A CEDEAO classificou estas alegações como "falsas e perigosas", um sentimento partilhado pelo governo nigeriano, que afirmou que as acusações "não refletem a realidade no terreno".
Noutro ponto do continente, o conflito no Sudão ilustra uma crise humanitária de proporções ainda maiores, considerada pela ONU a pior do mundo.
A guerra entre o Exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) já deslocou mais de 13 milhões de pessoas.
Neste contexto, os Emirados Árabes Unidos (EAU) apelaram a um cessar-fogo, ao mesmo tempo que são acusados, nomeadamente pela Amnistia Internacional, de fornecer armas às forças rebeldes.
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