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Ativista palestiniano: "Pensava que Israel tinha limites"

Shawan Jabarin, diretor da organização de direitos humanos palestiniana al-Haq, descreve um cenário de opressão crescente nos territórios ocupados, afirmando que a sua ingenuidade o levava a crer que "Israel tinha limites", uma convicção que se desfez perante a escalada de violência desde outubro de 2023.
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Numa entrevista à agência Lusa, Shawan Jabarin, diretor-geral da organização de direitos humanos al-Haq, afirma que a ocupação israelita na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental afeta todos os aspetos da vida dos palestinianos, uma situação que se agravou drasticamente desde outubro de 2023. Jabarin, que lidera a organização desde 2005, considera que os eventos atuais são a concretização do que os líderes israelitas sempre defenderam: a expulsão dos palestinianos para a construção do "Grande Israel". Ele compara a situação na Faixa de Gaza aos 76 anos anteriores, que remetem para a Naqba de 1948, afirmando que Israel nunca terminou o "jogo" iniciado na altura.

A vida quotidiana é marcada por restrições severas, com quase mil postos de controlo que podem transformar todo o território "numa prisão em cinco minutos". A ocupação, segundo Jabarin, manifesta-se no desemprego crescente, que afeta cerca de 200 mil palestinianos proibidos de trabalhar em Jerusalém, e na apropriação de recursos naturais como a água, que é vendida aos palestinianos enquanto os colonos israelitas desfrutam de acesso ilimitado a preços mais baixos. As dificuldades estendem-se à vida pessoal, exemplificando com os obstáculos que um casal enfrenta se um for da Cisjordânia e outro de Jerusalém, podendo este último perder o direito de residência na cidade. Jabarin acusa Israel de aplicar uma "punição coletiva" e de seguir uma política de fragmentação para destruir a identidade nacional palestiniana.

Ele considera que a ofensiva em Gaza, que classifica como genocídio, não visa apenas o Hamas, mas todo o povo palestiniano, citando a destruição total do sistema de saúde como prova de que "não há linhas vermelhas".

A sua organização, al-Haq, foi sancionada pelos EUA e considerada terrorista por Israel, embora a União Europeia tenha retomado o financiamento após não encontrar provas das alegações israelitas.

Apesar do cenário, Jabarin vê nas manifestações globais de apoio à causa palestiniana "o despertar da consciência humana" e apela aos europeus para que protejam os seus próprios valores.

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