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Homenagem a Odair Moniz no Bairro do Zambujal

Ativistas e moradores do Bairro do Zambujal, na Amadora, prestaram homenagem a Odair Moniz, um ano após a sua morte pela polícia, num evento que destacou não só a violência policial mas também as transformações sociais nas periferias de Lisboa.
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No Bairro do Zambujal, na Amadora, ativistas do movimento Vida Justa e moradores locais organizaram um evento para assinalar um ano da morte de Odair Moniz, um cidadão cabo-verdiano de 43 anos morto pelas autoridades a 21 de outubro de 2024. A homenagem incluiu um almoço, música, discursos e a inauguração de um grande mural numa parede de um prédio. Para além de Odair, descrito como uma pessoa "muito querida", o mural evoca a memória de outros três jovens do bairro que morreram, incluindo Carlos Reis (conhecido por PTB), que foi morto em 2003 noutro caso de violência policial. A ação serviu como um protesto contra o que os ativistas descrevem como um comportamento policial agressivo e recorrente no bairro. Segundo José Carlos, um dos promotores da iniciativa, "as intervenções policiais são realizadas de um modo distinto e é um bocado mais agressivo". Para capacitar os cidadãos, os ativistas distribuíram um "Manual de Sobrevivência a Intervenções Policiais", que descreve os direitos dos cidadãos e os procedimentos adequados das autoridades.

O ativista Ricardo Sequeira considera que o comportamento das forças de segurança não mudou, mas que a morte de Odair Moniz trouxe uma "nova consciência social aos bairros".

O evento foi também uma oportunidade para discutir as mudanças sociais nas periferias de Lisboa, impulsionadas pela crise da habitação.

Os ativistas salientaram que os preços elevados das casas estão a forçar pessoas de zonas não conotadas com a periferia a mudarem-se para bairros sociais.

José Carlos acredita que estes novos moradores podem testemunhar que o bairro "é uma zona perfeitamente normal". Ricardo Sequeira acrescentou que esta mudança demográfica, com a chegada de pessoas que não são "negros" nem "imigrantes", poderá, no futuro, dar "mais visibilidade aos problemas dos bairros".

A homenagem procurou ainda combater o estigma associado ao bairro, mostrando, através de iniciativas como o projeto ZambujArte, a "boa imagem do bairro" e os talentos locais, em contraponto com a imagem negativa frequentemente passada pelos meios de comunicação social.

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