Crise dos Devolutos em Coimbra: Derrocada Expõe Risco Iminente e Força Medidas Drásticas



Na sequência da derrocada de um edifício devoluto na Baixa de Coimbra, na noite de sábado, a presidente da Câmara Municipal, Ana Abrunhosa, admitiu a existência de um risco real de desmoronamento de mais prédios na zona. O incidente, ocorrido na Rua da Fornalhinha, atingiu um prédio habitado na Rua das Padeiras, forçando o realojamento de 14 pessoas, incluindo três crianças com idades entre os 7 e os 45 anos.
As famílias foram acolhidas em dois hotéis da cidade depois de o Gabinete da Proteção Civil municipal ter considerado que o imóvel afetado não reunia condições de segurança. Ana Abrunhosa alertou para a gravidade da situação, referindo a existência de "milhares de prédios devolutos espalhados pelo tecido urbano de Coimbra" que agravam riscos desnecessários.
A autarca sublinhou que, embora desta vez não tenha havido vítimas mortais, "amanhã, o cenário pode ser diferente".
Face a esta ameaça, o executivo municipal está a dar uma "atenção muito especial" ao problema para garantir que uma fatalidade não venha a ocorrer.
Como resposta imediata, a autarquia está a realizar "um levantamento da situação dos prédios devolutos" e irá notificar todos os proprietários "com caráter de urgência".
A presidente da Câmara garantiu que, na ausência de uma resposta célere por parte dos proprietários, o município tomará as medidas permitidas por lei, que podem ir "desde a posse administrativa do imóvel até à expropriação". Ana Abrunhosa frisou a responsabilidade partilhada entre a Câmara e os proprietários, assegurando que o município assumirá as suas responsabilidades e garantirá que os privados também o façam.
A autarca elogiou a pronta intervenção da Proteção Civil Municipal, dos Bombeiros e da PSP desde o primeiro momento.
Informou ainda que o proprietário do prédio habitado afetado esteve no local a acompanhar os procedimentos e que o proprietário do edifício devoluto que ruiu também já foi contactado.
Abrunhosa manifestou solidariedade para com as famílias desalojadas e reforçou o compromisso de tornar a Baixa "um espaço seguro, vivo e vivido".




