menulogo
Notícias Agora
user
Close

Autarcas transmontanos querem converter zona ardida em área agrícola

Após os incêndios em Trás-os-Montes, seis autarcas da região propuseram ao Governo a conversão de zonas florestais ardidas em áreas agrícolas, uma medida vista como uma oportunidade para impulsionar a economia e criar barreiras de proteção contra futuros fogos.
News ImageNews ImageNews Image

Numa reunião em Vila Flor com o Secretário de Estado da Agricultura, João Moura, os presidentes das câmaras de Vila Flor, Mirandela, Alfândega da Fé, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Mogadouro apresentaram um conjunto de reivindicações na sequência dos incêndios que afetaram a região. O autarca de Vila Flor, Pedro Lima, defendeu a possibilidade de “transformar esta tragédia numa oportunidade”, propondo a conversão dos solos florestais ardidos em terrenos para a agricultura. A área total ardida em Vila Flor foi de 2.337 hectares, dos quais 612 já eram terrenos cultivados.

A proposta surge agora porque o fogo dizimou espécies protegidas, como sobreiros e azinheiras, que anteriormente impediam esta alteração do uso do solo.

Segundo Pedro Lima, a criação de mais área agrícola, especialmente perto das populações, funcionaria como um tampão natural contra o fogo.

O autarca sublinhou que “onde há agricultura e agricultura tradicional, com o solo lavrado, há uma descontinuidade do incêndio”, o que aumentaria a segurança das populações.

Para viabilizar esta conversão, os autarcas solicitam incentivos governamentais para os proprietários dos terrenos, nomeadamente uma majoração das medidas “agroambientais”.

Esta abordagem permitiria que a criação de faixas de contenção fosse realizada pelos próprios agricultores através da sua atividade económica, em vez de exigir investimentos públicos em maquinaria e recursos humanos.

Além da conversão dos solos, Pedro Lima reclamou “mais autonomia” e meios financeiros para as câmaras municipais poderem intervir na limpeza de terrenos privados, apontando a burocracia como um entrave à prevenção.

Foi também manifestada preocupação com a medida de restabelecimento do potencial produtivo, pedindo que o apoio seja “o mais próximo possível de um fundo perdido”. O autarca lembrou que os produtores de vinho, amêndoa e azeite enfrentarão perdas durante vários anos até que as novas plantações atinjam o seu potencial máximo, defendendo que não devem ser penalizados nos subsídios devido a esta quebra. Entretanto, o município de Vila Flor já implementou um balcão de apoio ao agricultor para auxiliar nas candidaturas a um apoio governamental de 10 mil euros, com a garantia de que os lesados serão ressarcidos no prazo de 10 dias.

Artigos

10

Cultura e Entretenimento

Ver mais
categoryVer categoria completa