
Chega quer retirar casas do Estado a pessoas com cadastro e redistribuir rendimentos



Durante uma ação de campanha em Olhão, no Algarve, o presidente do Chega, André Ventura, garantiu que uma das principais medidas dos seus autarcas, caso sejam eleitos, será retirar a habitação pública a todos os indivíduos com cadastro criminal. A campanha do partido decorre pelo terceiro dia consecutivo no Algarve, um dos distritos onde o Chega venceu nas últimas eleições legislativas.
Ventura acompanhou o candidato local, Ricardo Moreira, numa ação de contacto com a população.
Num discurso proferido num palco montado para o efeito, Ventura afirmou que existem casas do Estado "postas nas mãos de pessoas condenadas por tráfico de droga, por contrabando e por crimes violentos". O líder do Chega alegou que em mais de 65% dos municípios portugueses há casas entregues a "cadastrados, traficantes de droga, criminosos e violentos", criticando os restantes partidos por, segundo ele, procurarem os votos destes grupos em troca da manutenção de subsídios e habitação. Além da questão da habitação, André Ventura prometeu "reorganizar a distribuição de rendimento" no país, argumentando contra o facto de "minorias, de imigrantes, de minorias ruidosas passarem à frente dos outros para terem benefícios".
O líder partidário rejeitou que este discurso seja racista ou xenófobo, classificando-o como "bom senso de um país que se valoriza a si próprio" e que não deve dar aos outros o que não tem para os seus. Durante o seu discurso, referiu-se ainda aos jovens que o apoiaram em Albufeira, acusando os apoiantes jovens do BE e do PS de faltarem às aulas "para ir fumar ganzas". A ação de campanha em Olhão decorreu num ambiente de despique com as campanhas do PS e da AD, que se encontravam a poucos metros. A Câmara Municipal de Olhão é atualmente liderada pelo socialista António Miguel Pina, que não se pode recandidatar.
Os candidatos à autarquia são Ricardo Calé (PS), António Andrade (PSD, CDS-PP), Florbela Gonçalves (CDU), Ricardo Moreira (Chega), Alexandre Pereira (PAN) e a independente Elsa Pereira.
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