
Troca de acusações entre Ventura e Montenegro marca pré-campanha autárquica



O líder do Chega, André Ventura, acusou o primeiro-ministro Luís Montenegro de “puro eleitoralismo” por anunciar um novo aumento do Complemento Solidário para Idosos (CSI) e um eventual suplemento para as pensões mais baixas em vésperas das eleições autárquicas de 12 de outubro. Numa ação de pré-campanha em Ansião, distrito de Leiria, Ventura afirmou que fazer promessas e inaugurações pagas com dinheiro dos contribuintes perto das eleições é uma prática em que “ninguém acredita”, acrescentando que as pessoas “começam a cansar” das promessas que não se concretizam.
Ventura acusou também Montenegro de estar “desfasado da realidade”, criticando a menção a uma renda moderada de 2.300 euros.
Segundo o líder do Chega, esta declaração mostra um desconhecimento da realidade dos jovens, das rendas, da imigração e do país em geral.
Em contraponto, Ventura defendeu que o seu partido, nesta campanha, procura “conhecer o país real”.
O líder do Chega reivindicou ainda para o seu partido a autoria de propostas como o aumento da dedução de despesas com habitação, afirmando que o Governo a rejeitou inicialmente e só agora a anuncia por motivos eleitorais. Por sua vez, o primeiro-ministro Luís Montenegro, durante a apresentação da candidatura do PSD em Penalva do Castelo, distrito de Viseu, focou-se na economia, defendendo que “sem criação de riqueza, se não houver uma economia forte (...) não temos uma verdadeira democracia”. Montenegro prometeu que o Governo não deixará os territórios de baixa densidade sozinhos, reiterando a prioridade na agricultura, floresta e pecuária como estratégia de desenvolvimento. Abordou ainda a imigração, afirmando que o país precisa de imigrantes para trabalhar, mas que estes devem respeitar a cultura local.
As eleições autárquicas em Ansião contam com o candidato do Chega, Edgar Ramalho, enquanto em Penalva do Castelo o PSD apoia o independente Michael Baptista.
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