Avatar Fogo e Cinzas estreia com debate sobre o futuro do cinema



“Avatar: Fogo e Cinzas”, o terceiro capítulo da saga de ficção científica de James Cameron, chega às salas de cinema colocando uma questão fundamental à indústria: será a salvação da experiência cinematográfica coletiva ou o epitáfio de uma era de blockbusters que se tornou demasiado grande e cara para ser sustentável? O filme, que estreia a 17 de dezembro, é visto como um manifesto tecnológico e um épico visual que, mais uma vez, eleva os padrões dos efeitos especiais, do 3D e da performance capture. Nesta nova sequela, a narrativa explora um lado mais sombrio de Pandora com a introdução do “Povo das Cinzas”.
Liderado pela feroz guerreira Varang, interpretada por Oona Chaplin, este clã vulcânico de Na'vi é niilista e descrente da sua deusa-mãe, Eywa.
A sua disposição para colaborar com os humanos introduz um conflito interno inédito na saga, refletindo uma perda de fé que, segundo a crítica, espelha o estado atual do público e da própria indústria cinematográfica.
A família Sully continua a lidar com o luto, mas este torna-se um sintoma de uma crise civilizacional mais vasta em Pandora.
Apesar da sua indiscutível mestria técnica, descrita como “pornografia audiovisual de luxo”, o filme gera reações mistas.
Com uma duração superior a três horas (192 ou 195 minutos, segundo as fontes), alguns críticos apontam para um “cansaço elegante”, notando que a exuberância visual e a repetição das sequências de batalha podem levar à fadiga do espectador.
As primeiras reações da crítica indicam que este poderá ser o filme com a pior pontuação da saga até ao momento.
Em última análise, “Avatar: Fogo e Cinzas” é visto como um evento cinematográfico solitário.
Embora possa encher as salas de cinema temporariamente, o seu modelo de produção, com custos superiores a 200 milhões de dólares, não é considerado sustentável para a generalidade da indústria. O filme de Cameron, tal como o de realizadores como Christopher Nolan, representa uma exceção que confirma a regra: o blockbuster, inaugurado há cinquenta anos com “Tubarão”, pode ter morrido do seu próprio sucesso, tornando-se demasiado grande para se multiplicar.







