Banksy reaparece com mural polémico que acaba tapado pelas autoridades em Londres

Um novo mural da autoria de Banksy surgiu na fachada do Royal Courts of Justice, em Londres, tendo sido reivindicado pelo próprio artista nas redes sociais.

A obra retrata uma cena de violência em que um juiz, vestido com a tradicional peruca e toga preta, ataca um manifestante deitado no chão. O manifestante tenta defender-se com um cartaz que se encontra salpicado de sangue.

A intervenção artística, de forte carga política, provocou uma reação imediata das autoridades.

Pouco tempo após a sua descoberta, a pintura foi tapada com duas barreiras metálicas e colocada sob vigilância de seguranças, na sequência de uma denúncia por danos materiais.

O mural apareceu numa segunda-feira, dois dias depois de a polícia londrina ter detido 890 pessoas durante manifestações de apoio ao grupo proibido Palestine Action.

As detenções ocorreram por apoio ao coletivo, que foi ilegalizado em julho, bem como por agressões a agentes e outros crimes contra a ordem pública.

Embora a obra não faça uma referência explícita a estes acontecimentos, Banksy já criou no passado outros murais de apoio à causa palestiniana, nomeadamente na Cisjordânia.

A propósito da nova obra, um dos artigos recorda a investigação sobre a identidade do artista.

Um detetive espanhol, Francisco Marco, alegou ter confirmado que Banksy é Robin Gunningham, um nome já antes apontado por outras fontes. Segundo o investigador, a identidade foi apurada através do registo de um domínio informático e da localização de obras originais em propriedades ligadas a Gunningham, que nasceu em Bristol em 1973 e é descrito como um artista talentoso que se envolveu no movimento de graffiti dos anos 1980.