Partos na Autoestrada e Inquéritos Oficiais Exponhem Falhas na Assistência a Grávidas



A assistência de emergência a grávidas na região de Leiria foi recentemente marcada por um caso que evidencia as falhas no sistema. Uma mulher grávida, residente em Ourém, foi forçada a dar à luz dentro de uma ambulância na Autoestrada 1 (A1), depois de a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Leiria se encontrar indisponível para prestar socorro. A bebé, chamada Mavi, nasceu cerca de uma hora após o pedido de ajuda inicial. O parto ocorreu na viatura dos Bombeiros de Caxarias, quando a mãe estava a ser transportada para um hospital a cerca de 80 quilómetros de distância, em direção a Santarém. O nascimento deu-se a aproximadamente 30 minutos do hospital de destino, perto da zona de Fátima.
Este percurso atribulado, que obrigou a grávida a viajar para sul e depois para norte, gerou preocupação entre os bombeiros relativamente à falta de meios do INEM.
Este incidente não é um caso isolado e insere-se num contexto mais vasto de problemas na assistência a grávidas. Numa outra ocorrência grave, uma mulher em final de gestação acabou por perder o bebé, levando a família a acusar o hospital de negligência e falta de assistência médica. Em resposta a este último caso, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já anunciou a abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias em que a assistência foi prestada. A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) também está a analisar a situação, o que sinaliza um escrutínio oficial sobre as falhas no acompanhamento de partos.












