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Nascimentos em Ambulâncias em Portugal

O nascimento de bebés em ambulâncias voltou a ser notícia em Portugal, com dois casos recentes a ocorrerem em Santarém e Vale de Cambra, evidenciando os desafios e a prontidão das equipas de emergência. Estes acontecimentos inserem-se num contexto nacional que já motivou reações por parte de responsáveis do Serviço Nacional de Saúde.

Na madrugada de segunda-feira, 15 de setembro, uma menina nasceu numa ambulância dos Bombeiros Voluntários de Santarém.

A equipa de socorro foi chamada pouco depois da 1h00 e o parto acabou por acontecer dentro da viatura, perto do Bairro do Girão, por não haver tempo para chegar à unidade hospitalar.

No fim de semana anterior, no sábado à noite, um episódio semelhante ocorreu no distrito de Aveiro. Uma mulher de 30 anos, residente em Sever do Vouga, deu à luz a sua filha, Maria, na ambulância dos Bombeiros Voluntários de Vale de Cambra. A mãe dirigiu-se ao quartel já com contrações e o parto teve lugar às 22h13, na Estrada Nacional 223, quando se encontravam a caminho do Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira. Em ambos os casos, as mães e os bebés foram transportados para o hospital e encontravam-se bem.

Estes nascimentos não são casos isolados.

Segundo relatos de corporações de bombeiros, só este ano já nasceram cerca de 50 bebés em ambulâncias ou em casa, sendo que o número real poderá ser superior, uma vez que nem todas as ocorrências são noticiadas. O tema já mereceu a atenção de responsáveis da Saúde. Em agosto, o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, admitiu a existência de um "aumento ligeiro" do número de partos fora de hospitais em comparação com o ano anterior. Contudo, recusou uma relação direta com o encerramento de urgências de obstetrícia, afirmando que o número de encerramentos este ano foi menor.

Por sua vez, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reconheceu em abril que o objetivo é que "nasçam cada vez menos bebés em ambulâncias", sublinhando a importância da vigilância adequada da gravidez. A ministra ressalvou, no entanto, que estas situações sempre aconteceram e que, em certas circunstâncias, são inevitáveis.