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Expansão da Saúde Privada e a Contestação ao Modelo Público-Privado em Portugal

A expansão de novos hospitais privados em Portugal, nomeadamente no interior do país, contrasta com a oposição de profissionais de saúde em Braga, que se manifestam contra o regresso de um modelo de gestão em parceria público-privada (PPP).
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O distrito de Beja prepara-se para receber o seu primeiro hospital privado até ao final de 2026, um projeto da BTT Investimentos que representa um marco para a saúde na região.

O complexo, a ser construído na Avenida Catarina Eufémia, integrará uma unidade hospitalar com 30 camas, duas salas de bloco operatório e 48 consultórios, e uma área assistencial com 80 camas para cuidados continuados, paliativos e saúde mental.

O investimento, que faz parte de um plano nacional de cerca de 74 a 76 milhões de euros que inclui também um novo hospital em Coimbra e a expansão da unidade de Leiria, prevê a criação de cerca de 100 postos de trabalho diretos em Beja.

O presidente da autarquia, Paulo Arsénio, acolheu positivamente o projeto, destacando o seu papel em complementar os serviços públicos, fixar profissionais qualificados e dinamizar a economia local.

A empresa promotora, que detém a rede Sanfil Medicina e as unidades GEHC, pretende estabelecer acordos com o Serviço Nacional de Saúde e outros subsistemas, posicionando a nova unidade como um complemento à oferta pública existente.

O administrador Pedro Marcelino sublinhou que o investimento visa combater a desertificação e reforçar a centralidade de Beja.

A importância destes investimentos privados foi também visível em Coimbra, onde o presidente da câmara suspendeu uma reunião do executivo para estar presente no anúncio do novo hospital privado para a cidade.

Em contraponto, no Hospital de Braga, mais de 500 profissionais, incluindo enfermeiros e técnicos, subscreveram um abaixo-assinado manifestando a sua “total oposição” ao possível regresso da gestão em modelo de PPP. Os signatários alegam que, durante o período de gestão privada, enfrentaram a redução de direitos laborais, condições de trabalho precárias, salários mais baixos e rácios de profissionais insuficientes, o que comprometia a qualidade dos cuidados. Afirmam que, com o regresso à gestão pública, verificaram-se melhorias salariais, de horários e no número de enfermeiros por turno. Os profissionais questionam ainda a alegada poupança de 203 milhões de euros apontada pelo Tribunal de Contas, argumentando que o valor não contabiliza indemnizações pagas pelo Estado nem a falta de relatórios de contas públicos desde 2019 que permitam uma comparação transparente entre os dois modelos de gestão.

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