
Entre a Celebração Local e o Protesto Nacional: A Dupla Realidade dos Bombeiros Voluntários



Os bombeiros voluntários portugueses mobilizaram-se para uma manifestação nacional em Lisboa, expressando o seu descontentamento com a falta de reconhecimento por parte do Estado. Organizado por um grupo de 23 bombeiros através das redes sociais, o protesto visa exigir uma "carreira digna", que se traduza na criação de um estatuto profissional, na atribuição de um subsídio de risco e na possibilidade de reforma aos 60 anos. Segundo Humberto Batista, um dos porta-vozes do movimento, os bombeiros sentem-se a "mão-de-obra barata do Estado" e estão cansados de "promessas, reuniões, elogios vazios e palmadinhas nas costas".
Os manifestantes afirmam não estar contra a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), mas sim a agir como mais uma voz na defesa dos seus direitos, mostrando-se solidários com os protestos que a própria LBP ameaça realizar.
Em contraste com o clima de reivindicação nacional, a nível local sucedem-se as celebrações que enaltecem o papel fundamental destas corporações.
Em Setúbal, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários comemorou o seu 142.º aniversário numa sessão solene onde o presidente da Câmara, André Martins, elogiou os "homens e mulheres que dedicam a sua vida ao serviço da comunidade". O presidente da associação, Sérgio Varela, destacou os investimentos recentes na melhoria da capacidade de resposta, como a remodelação de instalações e a aquisição de várias viaturas, incluindo um veículo de combate a incêndios urbanos e uma embarcação de socorro. Na mesma linha, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa prepara-se para assinalar o seu 49.º aniversário, que coincide com o Dia Municipal do Bombeiro, a 8 de novembro.
As comemorações, sob o lema "Juntos, Salvamos. Juntos, Protegemos.
", incluem um desfile e uma sessão solene, convidando a comunidade a participar no reconhecimento do trabalho desenvolvido pela corporação.
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