
Brasil Anuncia Fundo para a Preservação de Florestas Tropicais na ONU



Durante a Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, o Presidente do Brasil, Lula da Silva, anunciou a criação do "Fundo Florestas Tropicais para Sempre" (TFFF), um novo instrumento para financiar os países que preservem as suas florestas.
Para dar o exemplo, o Brasil será o primeiro país a investir no fundo, com um compromisso de mil milhões de dólares (846 milhões de euros).
Lula da Silva convidou outras nações a apresentarem contribuições "igualmente ambiciosas" para que o fundo possa entrar em operação durante a cimeira climática COP30, que se realizará em Belém, no Brasil.
O Presidente sublinhou que a iniciativa não é caridade, mas sim "um investimento da humanidade contra a ameaça de devastação provocada pelo caos climático".
O fundo, cujo modelo financeiro foi desenhado com o auxílio do Banco Mundial, pretende mobilizar até 125 mil milhões de dólares de governos e investidores privados. Estes fundos serão reinvestidos em obrigações soberanas ou títulos de grandes empresas, com o objetivo de gerar um retorno anual de 4 mil milhões de dólares.
Este valor será depois repartido por mais de setenta nações tropicais, como a Colômbia e a Indonésia, como remuneração pela preservação das suas florestas. O desempenho de cada país será avaliado através de sistemas de monitorização por satélite, com base no seu índice anual de desflorestação, que não poderá ultrapassar o nível registado no momento da adesão. No seu discurso, Lula da Silva defendeu que a erradicação da desflorestação na Amazónia, onde vivem 50 milhões de pessoas em nove países, depende da criação de condições de vida dignas para as populações locais através do desenvolvimento sustentável. O Presidente brasileiro afirmou que o Brasil já conseguiu reduzir para metade o abate de árvores na região nos últimos dois anos. A COP30 servirá como uma plataforma para debater o aumento da ajuda financeira aos países em desenvolvimento que se comprometam com a conservação florestal, um valor que na COP29 foi fixado em 300 mil milhões de dólares anuais, mas que grande parte da comunidade internacional pretende aumentar.
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