A Primeira-Dama e a Polémica: Insulto de Brigitte Macron a Feministas Desencadeia Críticas em França

A primeira-dama de França, Brigitte Macron, está no centro de uma controvérsia após terem sido divulgados comentários depreciativos dirigidos a ativistas feministas que protestavam contra o comediante Ary Abittan.

Brigitte Macron, de 72 anos, gerou uma onda de críticas em França após um vídeo, divulgado pelo jornal local Public, a ter captado a insultar ativistas feministas.

O incidente ocorreu no domingo, quando a primeira-dama assistia ao espetáculo do comediante Ary Abittan, na companhia da sua filha.

Antes do início do espetáculo, numa conversa com o ator, este confessou estar com medo de novos protestos.

Em resposta, Macron afirmou: “Se houver alguma cabra nojenta, nós expulsamo-la”, utilizando a expressão francesa “sales connes”, que também foi traduzida como “vadias estúpidas”.

O receio do comediante devia-se a um protesto ocorrido na noite anterior, no sábado, quando um grupo de quatro ativistas interrompeu o seu espetáculo.

As manifestantes usavam máscaras com a palavra “violador” e gritavam “Abittan violador”.

O protesto remete para uma acusação de violação feita contra o ator, de 51 anos, em 2021. Após uma investigação que durou cerca de dois anos, o caso foi arquivado em 2023 por falta de provas. A divulgação do comentário de Brigitte Macron tornou-se viral e provocou uma forte reação.

Uma das ativistas envolvidas no protesto declarou que o grupo ficou “profundamente chocado e escandalizado”, considerando o comentário “mais um insulto às vítimas e aos grupos feministas”.

O insulto foi transformado numa hashtag de apoio às ativistas, e figuras públicas como a atriz Judith Godrèche manifestaram a sua solidariedade, partilhando a frase: “Eu também sou uma vadia estúpida.”

Em resposta à polémica, a equipa de comunicação da primeira-dama francesa emitiu um comunicado.

A nota defendia que a frase de Macron deveria ser interpretada como “uma crítica ao método radical” utilizado pelas manifestantes que interromperam o espetáculo. O comunicado reforçou que Brigitte Macron “não aprova este método radical”, procurando assim contextualizar as suas palavras e distanciar-se de um ataque generalizado ao movimento feminista.