Acidente do Elevador da Glória: Discrepância de datas sobre cabo irregular gera controvérsia política

Um relatório preliminar sobre o acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa, corrigiu a data de instalação de um cabo irregular, desencadeando uma controvérsia sobre a informação fornecida à investigação e as suas implicações políticas.

O relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) concluiu que o cabo irregular do Elevador da Glória, em Lisboa, estava em uso desde dezembro de 2022, e não "há cerca de seis anos" como inicialmente divulgado. Esta correção surge no âmbito da investigação ao descarrilamento de 3 de setembro, que provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos.

O cabo em questão não respeitava as especificações exigidas pela Carris, empresa municipal gestora do ascensor, nem estava certificado para o transporte de pessoas.

A discrepância de datas foi noticiada pelo jornal Expresso, que apontou que a Carris teria dado "informação errada à investigação". A informação inicial, presente numa nota informativa do GPIAAF três dias após a tragédia, sugeria que o cabo fora instalado por volta de 2019. Contudo, a atual administração da Carris, cujo presidente, Pedro de Brito Bogas, se demitiu entretanto, negou ter prestado essa informação, afirmando que os dados não constam da documentação enviada ao GPIAAF e que o seu conselho de administração ainda não foi inquirido.

A alteração da data tem significativas implicações políticas. A data inicial de 2019 responsabilizava a anterior gestão da Carris e o executivo camarário de Fernando Medina (PS). A nova data, dezembro de 2022, coloca a responsabilidade sob a atual administração e a presidência de Carlos Moedas (PSD). A vereadora do PS, Alexandra Leitão, considerou "muito grave" a prestação de informações incorretas ao órgão de investigação, salientando que a primeira nota do GPIAAF foi divulgada antes das eleições autárquicas de 12 de outubro. Segundo Alexandra Leitão, a informação errada "beneficiou, objetivamente, o na altura candidato Carlos Moedas", que a terá utilizado para se desresponsabilizar e atribuir culpas ao mandato anterior do PS.

O gabinete do presidente da Câmara de Lisboa remeteu quaisquer esclarecimentos para a Carris.

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Hospital de 50 milhões de euros do Trofa Saúde abre portas em Penafiel

Uma nova unidade do grupo Trofa Saúde, vai abrir portas amanhã, na freguesia de Guilhufe e Urrô, no concelho de Penafiel. O hospital, que representou um investimento de mais de 50 milhões de euros, vai ter urgência permanente e mais de 40 especialidades ao serviço dos doentes. Aquela que é a 24.ª unidade do grupo, pretende ser “uma referência na região”, segundo o administrador Pedro Miroto. “Abrimos um hospital com grande expetativa, com 100 gabinetes, com 40 quartos com 63 camas de internamento, um atendimento permanente preparado para receber adultos e pediatria, com mais de 40 especialidades e outros serviços que compõem aquilo que é uma oferta hospitalar que seja de referência”, referiu. O novo hospital que permitiu a criação de mais de 300 postos de trabalho, terá “tecnologia de ponta” e contará ainda com consulta externa, medicina dentária, serviço de gastroenterologia, análises clínicas e anatomia patológica, imagiologia, serviço de fisioterapia com cabines e ginásio, bloco operatório e serviço de atendimento permanente. “Um hospital completo, de corpo inteiro para dar resposta a uma região”, acrescentou o administrador, assegurando que este trabalhará “complementaridade com o hospital público, para dar mais acesso à saúde”, tendo acordos com subsistemas e seguros de saúde. Na cerimónia simbólica que precedeu a abertura e que se realizou ontem no Hospital, Manuel Oliveira, que será o diretor clínico do Hospital Trofa Saúde de Penafiel, assegurou que querem ser “parceiros da saúde, dar resposta e uma resposta que será de todos e seremos parceiros de todas as instituições da região”. Falando do corpo clínico que vai liderar, destacou a sua competência e capacidade de dar resposta, “com sentido de responsabilidade, com sentido ético e com sentido de procurar empatizar com o doente e dar-lhe aquilo que merece e procura”, focados em melhorar a cada dia. José Vila Nova, vice-presidente do Grupo, afirmou que esta nova etapa e a abertura do novo hospital “é a afirmação de um compromisso”, do compromisso “de cuidar, de inovar e de estar mais próximo das pessoas”. “Hoje somos reconhecidos pela excelência clínica, pela inovação tecnológica e pela proximidade humana. Mas acima de tudo somos reconhecidos porque nunca esquecemos que, no centro de tudo, estão sempre as pessoas”, referiu. E, assegurou, este hospital não será um concorrente do Hospital Padre Américo, mas sim “um parceiro complementar, aliviando a pressão sobre o sistema público e oferecendo à população mais capacidade de resposta, mais qualidade e mais proximidade”, concluiu. A Secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, marcou presença na cerimónia referiu “que a saúde se faz em proximidade”, contribuindo para a coesão territorial e para a atratividade dos territórios. Manifestou a confiança do Governo “na complementaridade entre o setor social e o setor privado”, de forma a garantir o acesso e os cuidados de saúde à população. E, nesse sentido, enalteceu o trabalho realizado pelo Grupo Trofa Saúde e saudou a abertura de uma nova unidade para a região do Tâmega e Sousa. Antonino de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Penafiel, num dos seus últimos atos na qualidade de autarca, destacou a importância do novo hospital, pelo facto de ser “um grande investimento”, mas também pelo impacto que vai ter ao nível da criação de emprego. Além disso, vai permitir a aproximação dos cuidados de saúde às pessoas. “Esta unidade vai permitir uma maior proximidade e uma maior oferta de serviços de saúde aqui no concelho e na região. E isso é muito importante neste tempo, em que todos ganhamos mais consciência de que a saúde é um bem maior”, frisou. Esta nova unidade vai, segundo o autarca, “reforçar fortemente a centralidade do concelho de Penafiel ao nível da região, numa área tão importante”. Antonino de Sousa mostrou-se ainda satisfeito por estar presente na inauguração, “a cereja no topo do bolo em termos de encerramento de ciclo autárquico” e destacou o foco do executivo municipal no último mandato, na área da saúde, com a construção de três novos centros de saúde e a requalificação dos restantes. “Penafiel passa a fazer parte desse grupo muito restrito de concelho e cidades do país que têm três hospitais. E isso é muito bom, é um orgulho para todos os penafidelenses”, concluiu.

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