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Desperdício Alimentar em Portugal

Portugal é o quarto país da União Europeia que mais alimentos desperdiça, tendo cada português deitado ao lixo 182,7 quilos em 2023. Apesar de uma ligeira descida face ao ano anterior, o total nacional ascendeu a 1,9 milhões de toneladas, evidenciando um problema social e económico persistente.
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De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2023, cada português desperdiçou uma média de 182,7 quilos de alimentos, num total de 1,9 milhões de toneladas a nível nacional.

Este valor representa uma ligeira diminuição em comparação com os 184 quilos por pessoa registados em 2022. No entanto, a tendência geral nos últimos anos tem sido de subida, com valores de 174,5 quilos em 2020 e 180,6 quilos em 2021.

Com estes números, Portugal posiciona-se como o quarto país que mais desperdiça alimentos na União Europeia, onde anualmente são descartadas cerca de 88 milhões de toneladas.

A principal responsabilidade pelo desperdício em Portugal é atribuída às famílias, que representam 66,8% do total.

Seguem-se o setor do comércio e distribuição, com 12%, e a restauração, hotelaria e similares, com 11,5%. A produção primária contribui com 6,8% e a indústria com a menor fatia, correspondente a 2,9%.

A análise da evolução entre 2020 e 2023 revela tendências distintas para cada setor.

O desperdício no seio das famílias, apesar de ter aumentado no período geral, registou uma descida em 2023.

Em contrapartida, o setor do comércio e distribuição tem vindo a aumentar continuamente o desperdício.

Na restauração, verificou-se um aumento entre 2021 e 2022, seguido de um ligeiro agravamento em 2023.

Os dados para a produção primária não permitem identificar uma tendência clara, enquanto a indústria tem conseguido diminuir progressivamente o seu desperdício.

Este elevado nível de desperdício contrasta com o aumento do número de famílias em situação de carência alimentar que recorrem a instituições de apoio social, o que realça a urgência de políticas públicas mais eficazes e de uma maior consciencialização social para o problema.

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