Quadra natalícia em Portugal marcada por solidariedade tolerância de ponto e alertas para a solidão

A época natalícia em Portugal é vivida entre gestos de solidariedade e a concessão de tolerância de ponto pelo Governo e autarquias, mas é também um período que evidencia a solidão de milhares de pessoas, especialmente os mais idosos.

O Governo português concedeu tolerância de ponto aos funcionários públicos nos dias 24, 26 e 31 de dezembro, uma decisão justificada pela tradição das reuniões familiares nesta época.

Este ano, a medida inclui o dia 26, uma sexta-feira, acrescentando um dia ao habitual.

Na sequência desta diretiva nacional, a Câmara Municipal de Braga anunciou igualmente o encerramento dos seus serviços nas mesmas datas para potenciar a conciliação da vida profissional e familiar dos seus trabalhadores. Apesar do encerramento geral, foi garantido o funcionamento dos serviços considerados essenciais por razões de interesse público.

Em Braga, a medida abrange os Bombeiros Sapadores, a Polícia Municipal, o Posto de Turismo e as atividades do programa “Braga é Natal”, entre outros.

A nível nacional, o despacho do primeiro-ministro, Luís Montenegro, também salvaguarda que os organismos que devam manter-se em funcionamento o façam, devendo os dirigentes promover uma dispensa equivalente para os seus trabalhadores noutra data.

Em contraste com as pausas laborais, a solidariedade também marcou a quadra em Braga, através da iniciativa “Árvore dos Sorrisos”.

Os colaboradores da empresa AGERE mobilizaram-se para apadrinhar os desejos de Natal de crianças e jovens, com idades entre 1 e 17 anos, apoiados pelo Projeto B!Equal da Cáritas de Braga. A ação visa promover a igualdade de oportunidades e reforçar o espírito de partilha.

No entanto, a época festiva acentua a realidade da solidão para muitos.

Um artigo de opinião destaca que, num país envelhecido como Portugal, o isolamento dos mais velhos é uma questão estrutural grave.

A Operação Censos Sénior 2025 da GNR sinalizou 35.143 pessoas em situação de vulnerabilidade ou solidão.

O texto apela a que a comunidade aproveite o Natal para combater a exclusão social com gestos simples, como uma visita ou um telefonema, lembrando que o cuidado com o outro deve ser um compromisso contínuo.