A Reviravolta de Trump: Pressão Política Leva à Divulgação dos Ficheiros de Epstein



A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, com 427 votos a favor e apenas um contra, um projeto de lei que obriga o Departamento de Justiça a divulgar todos os documentos relacionados com o criminoso sexual Jeffrey Epstein. A votação ocorreu após uma significativa mudança de posição do Presidente Donald Trump que, depois de meses a tentar bloquear a iniciativa, passou a apoiar publicamente a sua aprovação, instando os republicanos a votarem a favor. Esta reviravolta de Trump, que prometeu assinar a lei caso seja aprovada pelo Congresso, surge num contexto de crescente pressão política e pública.
A mudança foi motivada, em parte, pela recente divulgação de e-mails nos quais Epstein alegava que o Presidente "sabia das raparigas" que sofreram abusos. Os democratas acreditam que a nova postura de Trump se deve ao facto de este não querer ser visto como um "perdedor" no Congresso, uma vez que a aprovação da medida já era uma certeza. Trump, por sua vez, classificou o caso como um "embuste democrata" e afirmou que o seu partido "não tem nada a esconder".
Em declarações públicas, Donald Trump distanciou-se de Epstein, com quem privou durante décadas, afirmando: "Não tenho nada a ver com Jeffrey Epstein.
Expulsei-o do meu clube há muitos anos porque achava que ele era um pervertido doente".
O Presidente tem negado repetidamente qualquer conhecimento dos crimes e, numa manobra de contra-ataque, pediu ao Departamento de Justiça e ao FBI que investiguem as ligações de Epstein a figuras democratas, como o ex-presidente Bill Clinton e o antigo secretário do Tesouro Larry Summers, bem como a instituições como o banco JP Morgan Chase.
O projeto de lei, intitulado Epstein Files Transparency Act, foi uma iniciativa bipartidária que ganhou força após a tomada de posse da congressista democrata Adelita Grijalva, garantindo os votos necessários para forçar a sua discussão.
Apesar da aprovação esmagadora na Câmara dos Representantes, o seu futuro no Senado permanece incerto, uma vez que figuras importantes do partido republicano, como o líder da maioria John Thune, manifestaram oposição à medida.















