Chile Vira à Direita: Vitória de Ultraconservador Marca Momento Histórico



José Kast, advogado de 59 anos, venceu a segunda volta das eleições presidenciais chilenas, que decorreram este domingo.
Segundo os resultados oficiais preliminares, baseados na contagem de 76% dos boletins, o candidato ultraconservador obteve uma vantagem de 16,6 pontos percentuais, com 58,30% dos votos, contra 41,70% para a sua adversária, Jeannette Jara, uma comunista moderada que representava uma ampla coligação de esquerda.
Jara reconheceu a derrota através da rede social X, afirmando que "a democracia falou alto e claro" e que já tinha comunicado com o presidente eleito para lhe desejar sucesso.
A eleição de Kast representa um marco histórico, sendo a primeira vez que um candidato de extrema-direita chega ao poder no Chile desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, há 35 anos. Esta vitória insere-se numa tendência recente de ascensão da extrema-direita em outros países da América Latina.
As eleições, de voto obrigatório, mobilizaram quase 16 milhões de eleitores e foram marcadas por longas filas nos locais de voto. Na sua terceira tentativa para chegar à chefia do Estado, José Kast, católico e pai de nove filhos, baseou a sua campanha na promessa de combater a criminalidade e deportar cerca de 340 mil imigrantes em situação irregular, na sua maioria de origem venezuelana. Por outro lado, a sua opositora, Jeannette Jara, de 51 anos e ex-ministra do Trabalho do governo cessante de Gabriel Boric, prometia aumentar o salário mínimo e proteger as pensões.
Na primeira volta das eleições, ambos os candidatos tinham obtido cerca de um quarto dos votos, mas o conjunto dos candidatos de direita alcançou 70%.












