Jorge Pinto avança para Belém como 'contrapeso democrático' da Esquerda



Jorge Pinto, deputado do Livre de 38 anos, anunciou a sua candidatura à Presidência da República num evento em Amarante, sua terra natal. O candidato justificou a sua decisão com a ausência de uma candidatura extrapartidária capaz de agregar as Esquerdas e afirmou que a sua proposta 'fazia falta', definindo-a como uma voz 'distintiva' que é 'democrática, ecologista, europeísta, regionalista e globalista', bem como 'feminista, antirracista' e defensora dos direitos humanos. Num contexto político que descreveu como tendo uma maioria parlamentar de direita e extrema-direita superior a dois terços, governos regionais e as principais autarquias do país (Lisboa, Porto e Braga) também lideradas pela direita, Jorge Pinto sublinhou que esta eleição presidencial é 'particularmente importante'. Defendeu a necessidade de um Presidente da República que funcione como um 'contrapeso democrático' e que tenha a clareza de agir caso os alicerces do regime sejam ameaçados.
A sua primeira promessa eleitoral foi nesse sentido: caso o Parlamento, dominado pela direita, tente uma 'revisão drástica' da Constituição sem o devido debate público e eleitoral, convocará novas eleições legislativas.
O candidato, que é 'orgulhosamente de Esquerda', acredita que o seu espaço político ainda 'vai a tempo de passar à segunda volta', apesar das várias candidaturas já existentes no mesmo espetro ideológico. Pretende focar a sua campanha em temas que considera relevantes para o quotidiano dos portugueses, como o custo de vida e a liberdade, em oposição a uma agenda política que, na sua opinião, 'já cansa'. Entre os seus compromissos, destacou ainda o avanço do processo de regionalização como uma 'missão' presidencial e a promoção de um 'Pacto Republicano' em defesa do regime. Jorge Pinto, formado em Engenharia do Ambiente e doutorado em Filosofia Social e Política, é um dos fundadores do Livre e deputado desde 2024.
A sua candidatura recebeu o apoio oficial do partido após uma consulta interna não vinculativa, na qual obteve 67% dos votos dos militantes.












