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Caroços de azeitona e podas de videira ganham nova vida em sapatos com investimento de 60 ME

Um projeto inovador está a transformar resíduos agroindustriais, como caroços de azeitona e podas de videira, em componentes para calçado português. Com um investimento de 60 milhões de euros, a iniciativa BioShoes4All pretende posicionar o setor na vanguarda da economia circular e da sustentabilidade.
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O projeto BioShoes4All, com um investimento total de 60 milhões de euros, dos quais 40 milhões são financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), visa impulsionar a transição do setor do calçado português para uma economia baseada em recursos renováveis. A iniciativa, que junta 50 empresas e 20 entidades do sistema científico e tecnológico, foca-se na valorização de subprodutos agroalimentares, agroindustriais e agroflorestais que são abundantes em Portugal e tradicionalmente considerados lixo.

Liderado por Maria José Ferreira, o projeto identifica e processa diversos resíduos.

Subprodutos como casca de pinheiro, pó de café e podas de videira são utilizados para extrair 'ingredientes químicos' para o tratamento de peles. Outros materiais, como caroços de azeitona, cascas de laranja, pele de castanha e restos de tomate, são incorporados no fabrico de palmilhas, garantindo que o produto final é não só sustentável, mas também resistente e durável.

A BioShoes4All não se foca apenas na sustentabilidade, mas também na qualidade e aceitação pelo consumidor.

Os sapatos são desenvolvidos para serem visualmente agradáveis, confortáveis e biomecanicamente adequados, com análises científicas a atestar as suas propriedades 'bio'.

A gama de produtos destina-se a um público vasto, incluindo adultos, crianças e seniores, com opções mais técnicas.

O projeto já demonstrou o seu potencial ao atrair o interesse de clientes europeus e não europeus na feira de calçado MICAM, em Milão.

Apesar do sucesso, a equipa reconhece os desafios futuros, nomeadamente na reciclagem do produto final.

Maria José Ferreira sublinha que o calçado é um produto complexo e que garantir a sua reciclabilidade sem comprometer a durabilidade exigirá mais investigação.

O projeto está a dar os 'primeiros passos' nesse sentido e planeia, no futuro, explorar a integração de subprodutos de origem marinha.

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