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Tragédia no elevador da Glória: Carris nega desinvestimento na manutenção

Na sequência do trágico acidente com o ascensor da Glória, a Carris nega qualquer desinvestimento na manutenção, contrariando uma notícia do Diário de Notícias e gerando um debate político sobre a responsabilidade pela segurança dos transportes públicos de Lisboa.
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A Carris refutou as alegações de desinvestimento na manutenção, após uma notícia do Diário de Notícias (DN) indicar que, entre 2021 e 2024 e tendo em conta a inflação, os custos reais com a manutenção da infraestrutura elétrica e da frota diminuíram 28% e 9,3%, respetivamente. Em comunicado, a empresa de transportes de Lisboa classificou como "falsa" qualquer insinuação de desinvestimento, afirmando que o custo das atividades de manutenção ultrapassou os 24,6 milhões de euros no último ano, um aumento de 32,7% face a 2020. A Carris acrescentou que o total gasto em manutenção e investimento subiu 59% no mesmo período, para 45,3 milhões de euros, embora não tenha feito referência ao impacto da inflação nestes valores. A controvérsia surge após o descarrilamento do ascensor da Glória, a 03 de setembro, um acidente que resultou em 16 mortos e cerca de duas dezenas de feridos e que se encontra sob investigação.

O tema marcou o debate político entre os candidatos à Câmara de Lisboa.

O atual presidente, Carlos Moedas, afirmou ter aumentado o orçamento da Carris em 30%, uma declaração contestada pela candidata socialista Alexandra Leitão, que especificou que tal "não é verdade" no que diz respeito à manutenção dos elevadores. Em resposta, Moedas referiu que o contrato de manutenção, no valor de 900 mil euros, foi herdado de uma administração anterior nomeada pelo PS, e que um novo concurso para aumentar o montante para 1,2 milhões de euros "não teve candidatos". Em resposta à tragédia, o Governo autorizou o reforço do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF).

Um despacho assinado pelos ministros das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, determinou a dotação de três novos investigadores especializados na área ferroviária para permitir ao GPIAAF contratar os técnicos necessários para as investigações.

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