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Crimes Sexuais em Portugal: Detenções em 2025 Já Superam Todo o Ano Anterior

O número de detenções por crimes sexuais em Portugal registou um aumento significativo, com os primeiros dez meses de 2025 a superarem já o total de todo o ano de 2024. Este crescimento alarmante foi revelado pelo diretor da Polícia Judiciária, Luís Neves, durante uma conferência em Lisboa.
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De acordo com os dados divulgados, a Polícia Judiciária (PJ) deteve 269 suspeitos de crimes sexuais até outubro de 2025, ultrapassando os 251 detidos durante todo o ano de 2024.

A informação foi partilhada por Luís Neves na abertura da conferência “Crimes sexuais: construir a mudança”.

Entre os crimes mais prevalentes que levaram a estas detenções encontram-se a coação sexual, violação, abuso sexual de menores, abuso sexual de menores dependentes, atos sexuais com adolescentes e pornografia infantil.

O diretor da PJ sublinhou que estes números, que considerou "absolutamente impressionantes", refletem uma maior capacidade de prevenção e repressão criminal, fruto da cooperação entre diversas entidades, como forças policiais e hospitais. Prova disso é o número de ativações dos serviços de prevenção, que em 2025 se aproxima já dos totais de 2024.

Na Diretoria do Norte, registaram-se 86 ativações (face a 89 em todo o ano anterior) e em Lisboa 594 (face a 608).

Luís Neves apelou ainda às vítimas para que denunciem os crimes, assegurando que a PJ tem condições para as ouvir de forma "harmoniosa e sensível".

O panorama geral é ilustrado por casos específicos reportados.

Nos Açores, um homem de 25 anos foi detido na ilha Terceira por fortes indícios da prática de pornografia de menores agravado, na sequência de uma investigação iniciada em julho de 2025 através de cooperação internacional. Em Loures, um mestre de artes marciais de 70 anos foi detido e colocado em prisão preventiva por suspeita de mais de 300 crimes de abuso sexual contra uma atleta menor, havendo indicação da existência de mais vítimas. Adicionalmente, o Tribunal da Relação do Porto confirmou a condenação de um padre da arquidiocese de Braga a uma pena suspensa por 13 crimes de exibicionismo a menores numa praia da Póvoa de Varzim. Em contraste com as detenções e condenações, foi noticiada a absolvição do ator Carloto Cotta pelo Tribunal de Sintra.

Estava acusado de nove crimes, incluindo violação e sequestro, mas o tribunal considerou que nenhum foi provado, referindo o testemunho "incongruente" da alegada vítima.

O próprio Ministério Público tinha pedido a absolvição do ator durante as alegações finais.

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