
Manifestações pró-Palestina em Lisboa



Centenas de pessoas manifestaram-se em Lisboa, numa marcha que partiu da praça Martim Moniz em direção ao Rossio, para exigir a libertação de quatro cidadãos portugueses que participaram na flotilha humanitária Global Sumud.
Os manifestantes empunhavam bandeiras da Palestina e cartazes com a inscrição “Palestina livre”, envergando também os tradicionais keffiyehs.
Durante o protesto, foram entoadas palavras de ordem como “Desde o rio até ao mar, a Palestina será livre” e “Somos todos antifascistas”.
A eurodeputada Catarina Martins, presente no local, informou que ainda não havia informações sobre a data de regresso dos quatro portugueses.
Paralelamente, um outro protesto de apoio à Palestina marcou o debate televisivo entre os nove candidatos à Câmara Municipal de Lisboa, que decorria no Museu do Design e da Moda (MUDE). Mais de 100 manifestantes, que iniciaram o seu protesto em frente à Embaixada de Israel, deslocaram-se para o local do debate, onde os seus cânticos e o som de tambores se fizeram ouvir durante a transmissão. No final do debate, que durou duas horas, os candidatos foram impedidos de abandonar o edifício devido ao bloqueio criado pelos manifestantes no exterior.
O carro da candidata socialista, Alexandra Leitão, foi bloqueado, forçando-a a regressar ao interior do museu, incidente que a própria desvalorizou.
Todos os candidatos tiveram de aguardar que a polícia garantisse as condições de segurança para poderem sair.
Durante este protesto, foram gritadas mensagens como “Palestina Livre” e palavras de ordem contra o atual presidente da câmara, Carlos Moedas.
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Feriado nacional: Hoje celebra-se a Implantação da República Portuguesa. Resultado de uma revolução organizada pelo Partido Republicano Português, iniciada no dia 2 de outubro e vitoriosa na madrugada do dia 5 de outubro de 1910, destituiu a monarquia constitucional e implantou um regime republicano em Portugal. 1952 - O "Hospital António Francisco Guimarães" de Vizela passou a ser gerido pela Santa Casa da Misericórdia de Vizela, mercê do empenho do Ministro do Interior, Dr. Joaquim Trigo de Negreiros, do então vice-provedor Manuel Alves Machado de Fonseca e Castro. Já com a nova administração o hospital sofreu importantes obras de beneficiação e reparação, em 1954/1955 e 1974/1976.1986 - Um grave acidente de sapaienses que se deslocavam a Lisboa para assistir a um Benfica-Vitória fez dois mortos, um deles irmão de António Ferreira (mais tarde presidente de S. Paio e Tagilde) que ficou ligeiramente ferido.2012 - Sargento Paulo Alves é o novo Comandante da Guarda Nacional Republicana de Vizela. 2012 - Segundo dia dos jogos da Taça da Europa em Minigolfe no campo de jogos Fonseca e Castro em Vizela.2024 - Padre Cândido Magalhães é nomeado Pároco de S. Miguel das Caldas de Vizela.NASCEU NESTA DATA- José Manuel Couto, membro de A Pesada, ex Presidente do Rotary em 2021.- Carmo Brás Pinheiro, Professora.- Carlos Faria, professor de desporto e produtor de vinhos.- Fernando Ferreira (Agência Funerária Fernandes & Monteiro) FALECEU NESTA DATA 2010 - Fernando Pinto (S. Eulália)2020 - António Ribeiro Teixeira (S. Adrião)2021 - Adolfo Henrique Ferreira da Cunha (S. João) 2021 - Domingos da Cunha Mendes (Moreira)2004 - Joaquim Costa (S.João)2022 - Elisabete Maria Freitas Varela (Infias)2022 - Albina Fernandes Duarte (S.Miguel).2023 - Diamantino Rodrigues Silva (França)2024 - Maria Lurdes M. Costa Salgado Abreu (S.Miguel)****.Eventos históricos 1910: Implantação da República Portuguesa 1988: Constituição do Brasil 610 — Heráclio chega a Constantinopla, mata o imperador bizantino Focas e se torna imperador.816 — O rei Luís I, o Piedoso, é coroado imperador do Sacro Império Romano pelo Papa.869 — O Quarto Concílio de Constantinopla é convocado para depor o patriarca Fócio.1143 — Realiza-se em Zamora (Leão) a conferência do mesmo nome, pela qual é reconhecida pelo rei Afonso VII de Leão e Castela a independência de Portugal.1414 — Abertura do Concílio de Constança, que resultou no fim do Grande Cisma do Ocidente.1450 — Luís IX da Baviera expulsa os judeus de sua jurisdição.1582 — Em resultado da entrada em vigor do calendário gregoriano este dia seguinte ao dia 4 de outubro passou a ser dia 15 de outubro. Os 10 dias entre 5 e 14 de outubro foram suprimidos de acordo com a bula Inter gravissimas do papa Gregório XIII e a Lei dos 10 dias de Filipe I que determinava a execução da reforma do calendário.1607 — Assassinos enviados pelo Papa tentam matar o estadista e cientista veneziano Paolo Sarpi.1768 — O Marquês de Pombal obriga, por decreto, os nobres portugueses antissemitas que tivessem filhos em idade de casar, a organizar casamentos com famílias judaicas.1789 — Revolução Francesa: a Marcha das Mulheres em Versalhes efetivamente encerra a autoridade real.1821 — Expulsão dos exércitos portugueses de Pernambuco, no contexto da Guerra da Independência do Brasil.1897 — Fim da Guerra de Canudos.1905 — Os irmãos Wright pilotam o Wright Flyer III em um novo voo recorde mundial de 24 milhas em 39 minutos.1908 — Independência da Bulgária.1910 — Em uma revolução em Portugal, a monarquia é derrubada e uma república é declarada.1911 — Começa a operar a ferrovia Kowloon-Cantão.1930 — O dirigível britânico R101 cai na França a caminho da Índia em sua viagem inaugural.1934 — Estabelecimento da Comuna das Astúrias.1938 — Na Alemanha nazista, os passaportes dos judeus são invalidados.1942 — Substituição do réis pelo cruzeiro como padrão monetário do Brasil.1943 — Aprovada a lei que substitui o peso paraguaio pelo guarani.1966 — Fundação da Universidade Estadual de Campinas.1968 — Uma marcha da Associação dos Direitos Civis da Irlanda do Norte em Derry é violentamente reprimida pela polícia.1970 É fundado o Serviço Público de Radiodifusão (PBS).O Comissário Britânico do Comércio é sequestrado por membros da FLQ, desencadeando a Crise de Outubro no Canadá.1986 — A história de Mordechai Vanunu no The Sunday Times revela as armas nucleares secretas de Israel.1988 Promulgada a nova Constituição do Brasil. Os territórios do Amapá e Roraima são elevados à categoria de estado. O estado do Tocantins é criado com o desmembramento do norte de Goiás.Uma coalizão de oposição chilena derrota Augusto Pinochet em sua tentativa de reeleição.1991 Linus Torvalds anuncia a primeira versão oficial do sistema operacional Linux.Inauguração da atual sede do Jardim Botânico de Curitiba, na capital paranaense.2000 — Manifestações em massa na Sérvia forçam a renúncia de Slobodan Milošević.2001 — Reinauguração do Mercadão de Madureira, após ter sofrido um incêndio.2017 — Homem ateia fogo em creche e em seu próprio corpo no município brasileiro de Janaúba, em Minas Gerais, deixando cerca de dezenas de feridos e mortos; dentre estes o suicida, crianças e a professora Heley de Abreu Silva Batista, que ficou conhecida por ter salvo várias crianças.

Vítima foi transportada em estado grave para o Hospital de São José

Se a existência humana fosse perfeita e cada um de nós tivesse em mente o seu lugar real no grande esquema da existência, a transmissão e aquisição de conhecimento seriam das tarefas mais importantes. Aprender e ensinar é algo que, ainda assim, temos presentes no nosso quotidiano.Os nossos filhos aprendem em primeiro imitando-nos e depois com os nossos conselhos e dicas. É na família que se inicia essa cadeia importantíssima e que, correndo bem, dura décadas ou séculos. Porém, um dia, as crianças saem de casa e vão para a escola – e aí aparecem essas criaturas quase míticas que são os professores.A posição de quem ensinaDigo que são míticas porque muitos alunos vêem-nas como tal. Na mente de crianças e adolescentes, o professor só existe quando é conjurado na sala de aula. Debita informações que podem ou não interessar e, quando sai porta fora, a ilusão é de que, no final do dia de aulas, regresse a um frigorífico onde dorme o seu sono criogénico de onde volta apenas a sair no dia seguinte quando houver mais aulas a serem dadas.Por isso, o aluno se surpreende tanto quando vê o docente no mundo, a ter vida. Se o apanha em supermercados, esconde-se atrás dos pais, como se um monstro o procurasse – e se, por acaso, descobre que tem família, o facto baralha-lhe o cérebro. No entanto, o professor é, obviamente, o detentor de uma importante posição, aquela que afinal garante o rumo futuro da sociedade. Se o seu trabalho for bom, as bases estão feitas para um grupo de cidadãos conscientes, informados e inquisitivos; caso contrário, a ignorância campeia. Isto é ainda mais espantoso quando pensamos que como profissão, o ensino existe relativamente há pouco tempo.Na Antiguidade, era feito por aqueles que eram considerados sábios na altura, sacerdotes ou filósofos – Alexandre Magno foi aprendiz de Aristóteles, o que não é nada mau para se ter no currículo. A Europa Ocidente, aliás, durante toda a Idade Média, deve a sua estrutura à cultura clássica greco-romana, mas é no século XVI que o projecto de educar assume uma importância social inegável, mas não necessariamente por motivos de igualdade social.A cultura de trabalho das religiões protestantes, que mais tarde influenciará a economia capitalista, dita que investir nos indivíduos é como comprar acções numa empreitada que tem futuro. Como tal, se a aprendizagem é assim tão importante, tornou-se necessário especializar a profissão de docente, separando-a assim de outros tipos de entusiastas como uma grande quantidade de conhecimento, mas pouco método. A profissionalização do ensino dá-se plenamente no final do século XVIII. Na perspectiva dos mais pragmáticos, era uma forma de garantir trabalhadores com algum tipo de qualificação. Aqueles que possuíam uma visão mais utópica da História viam no ensino uma possibilidade de elevador social para aqueles que tiveram a infelicidade de nascer num meio pobre. Esta profissionalização passa por quatro etapas até ao início do século XX: ou exercício da profissão docente como ocupação separada, a tempo inteiro ou parcial; a criação do suporte legal para a profissão; a criação de instituições específicas para a formação de docentes – normalmente enquadradas no ensino universitário; e, quando se tornou um hábito entre classes de trabalhadores, a criação de associações profissionais ou sindicatos de professores.A profissionalização em PortugalPortugal acompanha a evolução europeia e é nos Setecentos que a situação muda. Até então, a paisagem era marcada pela figura do mestre-escola. O termo descreve mais uma personalidade do que uma classe, porque encontramos todo o género de profissões a exercer o cargo de ensinar os fundamentos: artesãos, formados universitários que agem como professores particulares, trabalhadores com problemas físicos, mas mentalmente capazes, e religiosos.A Reforma Pombalina da Universidade de Coimbra, em 1772, transfere o ensino para as mãos do Estado, retirando-o da alçada religiosa, e cria o cargo de mestre-régio, incluindo-o numa rede escolar que se espalhava por todo o país e decretada na lei de 1772. Era a coroa que lhes pagava pelo seu serviço e o rei Dom José I decreta a constituição de um imposto cujo objectivo é criar um fundo comunitário para recompensar os mestres-régios. Chamavam-lhe o “subsídio literário”. Claro que tal levará a que, forçada a pagar, a população também se sinta no direito de exigir: numa carta enviada a Dona Maria I em 1790, os moradores de São João de Loure, perto da cidade de Aveiro, reclamam a chegada de mestres-régios ao termo. Já que haviam pago largas somas monetárias, e até porque São João de Loure até tinha três juízes, mas zero educadores, achavam-se os jovens da freguesia desprovidos de possibilidades de aprender a ler, escrever e contar.Não se livraram, ainda assim, da precariedade que hoje marca a profissão. Os baixos salários que recebiam levam a que acumulem trabalhos de ensino particular para equilibrar o orçamento familiar – um pouco como quem dá explicações hoje em dia. Santos Marrocos, um professo régio de Filosofia, é sarcástico em relação à situação quando escreve em 1799 “(...) estes Mestres, como bufarinheiros com loja de quinquilharia vendem aos discípulos papel, tintas, penas de escrever (...) fazem imposições tendo como mais alto preço um copo de água, por varrer a escola, e mais omito.” Durante as reformas liberais de 1836, os novos governantes, inspirados pelos valores iluministas que focavam muito o saber como verdadeira luz dos povos, comparam muitas vezes o magistério ao sacerdócio, como uma vocação que não é para todos, mas para aqueles que de facto têm gosto. “Os professores não se encontram, formam-se", discursou o director Luiz Filipe Leite na inauguração da primeira Escola Normal de Portugal, em Marvila. Morre o mestre-régio, nasce o professor de instrução primária. Ele vem por norma de origens modestas e é um funcionário público com esta vocação de ensinar, usando também a profissão para sair do meio mais remediado onde nasceu. Estas origens transformavam-no num “homem ilustrado” que trazia a escola da vida consigo. A crença no poder da educação era tão grande que Guerra Junqueiro terá famosamente proferido que “abrir uma escola era fechar uma prisão”.O futuro da profissãoO final do século XIX traz-nos um conflito que ainda hoje se verifica no Ministério da Educação: a definição dos professores como funcionários públicos ou camarários. Os docentes recusavam-se a assumir o segundo papel, ciente dos caciquismos locais; e o seu estatuto ambíguo não é ajudado pela continuação do baixo pagamento.No entanto, a Primeira República aumentará significativamente o ordenado dos professores e, por conseguinte, o estatuto da profissão. As ideias da chamada Escola Nova, com uma ênfase em técnicas de pedagogia que opõe a criança como receptora apenas de saber, mas como um mundo próprio emocional que necessita de ser cuidado, inspirarão algumas das alterações no Estado Novo ao ensino e ao trabalho docente. A história da profissão em Portugal está praticamente por fazer. Trabalhos realizados logo a seguir ao 25 de Abril, por historiadores como António Nóvoa, dão-nos um retrato do ensino primário entre 1930 e 1974. Mas os ensinos secundário e superior esperam ainda quem lhes encontre o caminho que fizeram até agora.Na actualidade, o ofício do ensino continua a ter a importância que sempre teve. Em tempos nos quais o obscurantismo parece ser a moeda corrente das sociedades democráticas, talvez o seu papel, e também a sua própria formação tendo em conta os avanços pedagógicos e científicos mais recentes, seja ainda mais relevante.O estatuto do seu trabalho não é valorizado e equívocos de sucessivos governos em relação à educação dos jovens e das crianças transformaram os professores, às vezes, em meras alfândegas de menores, babysitters de sala com formação superior, creditados; quando estes faltam, uma mera qualificação profissional sem formação serve. O que não é, convenhamos, o que os nossos intelectuais do passado imaginavam para aquela classificaram como “a primeira instituição da sociedade”. No entanto, hoje é o dia da primeira voz de confiança que a criança conhece fora de sua casa. Viva!A opinião veiculada neste artigo compromete única e exclusivamente o seu autor.