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Protesto em São Pedro do Sul Exige Biodiversidade e Fim da Monocultura

Cerca de meia centena de pessoas manifestaram-se em São Pedro do Sul contra a monocultura do eucalipto e as políticas florestais vigentes, numa iniciativa que apela a uma floresta com mais biodiversidade e maior participação democrática.
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Aproximadamente cinquenta pessoas juntaram-se em São Pedro do Sul, no distrito de Viseu, para um protesto organizado pela Rede Emergência Florestal/Floresta do Futuro, que decorreu em 15 cidades do país. Com palavras de ordem como “mais floresta, menos monocultura” e “eucaliptos fora do chão”, os manifestantes marcharam do Parque das Nogueiras até à Praça da República, exigindo mudanças urgentes na gestão florestal, precisamente um ano após a região ter sido atingida por incêndios.

Rita Martins, uma das organizadoras, explicou que a manifestação se baseia em três reivindicações principais: “deseucaliptar, democratizar e descarbonizar”.

A crítica central visa a monocultura do eucalipto, descrita como um “flagelo nacional” que serve os interesses económicos da indústria da celulose, o maior contribuinte para o PIB nacional, mas também responsável pela “grande devastação e destruição do território”.

A exigência de democratização prende-se com a necessidade de envolver as populações locais nas decisões sobre a floresta, para que estas não sejam “tomadas longe da realidade”. O protesto refletiu também o trauma psicológico causado pelos incêndios anuais, que transformaram o verão numa “estação de sobressalto e de fogo”. Uma particularidade do evento em São Pedro do Sul foi a forte presença de cidadãos estrangeiros de várias nacionalidades — como alemães, americanos, belgas e holandeses — que escolheram viver na região. Segundo Rita Martins, estes superavam em número os participantes portugueses, facto sublinhado por um casal de Ovar presente na manifestação, que lamentou o conformismo dos portugueses em comparação com o ativismo dos estrangeiros pela defesa do território nacional. Durante o protesto, foram ainda apresentadas propostas concretas, como a de um casal português que defendeu a criação de subsídios para os produtores que optem por plantar espécies autóctones, como o carvalho, que, sendo mais resistentes ao fogo, demoram mais tempo a gerar retorno financeiro.

A rede “Emergência Florestal/Floresta do Futuro”, promotora da iniciativa, foi criada em 2022 para chamar a atenção para o problema dos incêndios florestais em Portugal.

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