Cessar-fogo em Gaza sob Tensão: Acusações Mútuas e Futuro Incerto Ameaçam Trégua



O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou que a primeira fase do acordo de cessar-fogo em Gaza está a chegar ao fim, sublinhando que Israel manterá a sua política "firme e independente" e decidirá as suas próprias ações para garantir a segurança do país e dos seus soldados. A transição para a segunda fase do acordo, que deveria abordar o desarmamento do Hamas, a formação de um governo de transição e a possível retirada das tropas israelitas, está envolta em incerteza. Organizações de direitos humanos consideram improvável uma retirada total de Israel, dado que o governo de Netanyahu a vê como a única forma de proteger as comunidades fronteiriças. A fragilidade da trégua é acentuada por acusações mútuas de violações. O Hamas acusa Israel de quebrar o cessar-fogo diariamente e confirmou a morte de um dos principais responsáveis da sua ala armada, prometendo vingança.
Por seu lado, Israel afirma que não permitirá que o Hamas reforce a sua capacidade militar.
Durante os primeiros dois meses do cessar-fogo, o exército israelita matou pelo menos 380 palestinianos e feriu outros 992, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Israel descreve estas vítimas como "alegados terroristas" que tentaram violar a "linha amarela", uma delimitação que, segundo a população local, muda constantemente.
Um dos textos de opinião descreve a situação como um "crime documentado", argumentando que o cessar-fogo só foi discutido após a devastação quase total do território.
A violência persiste com o bloqueio, a entrada limitada de ajuda humanitária e a morte de pessoas por falta de tratamento, abrigo e fome. A situação estende-se à Cisjordânia, com incursões militares, demolições, expansão de colonatos ilegais e detenções em massa, incluindo de menores.
Estas práticas são qualificadas por organizações de direitos humanos e relatores da ONU como violações do direito internacional, apartheid e limpeza étnica. A comunidade internacional, especialmente a União Europeia, é criticada pela sua inação e por manter acordos de cooperação com Israel, ignorando cláusulas de respeito pelos direitos humanos por "conveniência política". A participação de Israel em eventos como a Eurovisão é vista como um exemplo de normalização da situação. O autor do artigo de opinião defende que a neutralidade equivale a cumplicidade e apela a sanções, embargo de armas e suspensão de acordos com Israel, afirmando que o problema é estrutural na sociedade israelita e não se limita ao governo de Netanyahu.




















