Tailândia e Camboja assinam acordo de cessar-fogo para terminar conflito fronteiriço

A Tailândia e o Camboja acordaram um cessar-fogo imediato para pôr fim a semanas de confrontos mortais na sua fronteira disputada, uma medida saudada pela comunidade internacional como um passo crucial para a paz na região.

A Tailândia e o Camboja assinaram um acordo de cessar-fogo imediato, que entrou em vigor às 12h00 locais de 27 de dezembro de 2025, pondo fim a semanas de hostilidades ao longo da sua fronteira. O documento foi assinado pelos ministros da Defesa dos dois países, o cambojano Tea Seiha e o tailandês Nattaphon Narkphanitcitada, após um ciclo de negociações de quatro dias mediado pela Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). O acordo estipula a cessação de movimentos militares, a proibição de violação do espaço aéreo para fins militares e o congelamento das posições no terreno. Prevê ainda a libertação de 18 soldados cambojanos por parte de Banguecoque, a remoção de minas e a cooperação policial para combater a cibercriminalidade. O conflito reacendeu uma disputa de longa data sobre o traçado da fronteira de 820 quilómetros, definida durante o período colonial francês. Os confrontos das últimas semanas provocaram um número significativo de vítimas, com os balanços a variarem entre 41 e 96 mortos, incluindo civis e militares de ambos os lados, e forçaram cerca de um milhão de civis a abandonar as suas casas.

O acordo visa permitir o regresso seguro e digno destas populações deslocadas.

A comunidade internacional reagiu positivamente.

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, saudou o cessar-fogo, expressando esperança de que este abra caminho para o reforço da confiança e da paz. A União Europeia também se congratulou com o acordo, instando ambas as partes a implementá-lo de boa-fé e oferecendo apoio para consolidar o fim da violência.

No plano diplomático, o primeiro-ministro cambojano, Hun Manet, revelou ter discutido o cessar-fogo numa conversa telefónica com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.