G20 sob Pressão: Apelo Alemão por Paz na Ucrânia Desafia Plano Americano



No plenário do G20 em Joanesburgo, o chanceler alemão, Merz, apelou à responsabilidade dos países membros para terminar a guerra na Ucrânia, iniciada de forma “ilegal” pela Rússia. Merz sublinhou que a Rússia deve cessar o conflito e as suas repercussões na economia mundial, e que todos os membros do G20, incluindo aliados do Kremlin como a China, devem assumir o seu papel, recordando que o grupo foi criado em tempos de crise e já provou a sua eficácia.
A cimeira foi marcada pela apresentação de um plano de paz de 28 pontos para a Ucrânia, elaborado pela administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, sem a participação da Ucrânia ou da União Europeia. O plano prevê “amplas concessões” por parte da Ucrânia à Rússia.
Embora o chanceler alemão não se tenha referido diretamente a esta proposta no seu discurso oficial, a sua existência motivou uma resposta coordenada por parte dos líderes europeus.
À margem da cimeira, Merz reuniu-se com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, para discutir a posição europeia face ao plano americano.
Numa declaração conjunta, assinada também pelos líderes da Finlândia, Espanha, Canadá, Itália, Irlanda, Japão, Países Baixos, Noruega e pelos presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, foi afirmado que o plano dos EUA “requer trabalho adicional”.
Os signatários defenderam o “princípio claro de que as fronteiras não devem ser alteradas pela força” e opuseram-se à redução do exército ucraniano, por considerar que tal deixaria o país vulnerável a futuros ataques.
Apesar das tensões, o apoio do G20 à Ucrânia foi refletido na declaração final da cimeira. O documento reafirma o compromisso com a Carta das Nações Unidas como guia para a resolução pacífica de conflitos e identifica a guerra na Ucrânia como um dos quatro conflitos mais graves do mundo, a par dos da República Democrática do Congo, Sudão e Palestina.












