China cumpre mais de metade do seu compromisso de compra de soja aos Estados Unidos



A China acordou a compra de cerca de sete milhões de toneladas de soja norte-americana, ultrapassando metade do compromisso de 12 milhões de toneladas que Pequim se comprometeu a adquirir até ao início de 2026.
Esta aquisição insere-se no âmbito do acordo estabelecido com Washington para pôr fim à guerra comercial entre os dois países.
Segundo informações das autoridades norte-americanas, citadas pelo jornal South China Morning Post, foram vendidas cerca de quatro milhões de toneladas de soja à China, com outras três milhões atribuídas a “destinos desconhecidos”, uma designação frequentemente associada a Pequim, de acordo com a consultora Walsh Trading. A maior parte das compras está a ser realizada através da Sinograin, a gestora estatal chinesa de reservas de cereais.
Estas operações marcam uma viragem significativa, uma vez que, após a escalada de tarifas imposta pelo então presidente Donald Trump, a China tinha reduzido quase a zero as suas importações de soja dos EUA durante aproximadamente seis meses, afetando os produtores americanos.
Contudo, os acordos referem-se a envios futuros e ainda não foram concretizados, o que levanta preocupações sobre possíveis cancelamentos.
Sean Lusk, vice-presidente da Walsh Trading, alerta que a China pode cancelar as encomendas caso o Brasil ou a Argentina tenham colheitas recorde, o que poderia levar a uma descida dos preços globais e diminuir o incentivo para comprar aos EUA.
O período entre fevereiro e março será crucial para avaliar as colheitas sul-americanas.
O acordo comercial, assinado em outubro entre Trump e Xi Jinping, prevê que a China aumente as suas compras para pelo menos 25 milhões de toneladas anuais até 2028. Este recomeço agressivo nas compras criou desafios logísticos para a China, com a Sinograin a ter de realizar leilões urgentes para libertar espaço de armazenamento, que se encontra praticamente no limite. Durante o período de interrupção das importações dos EUA, Pequim adaptou-se, aumentando as compras a países da América do Sul, como Argentina, Brasil e Uruguai, incentivando a produção local e reduzindo o uso de soja na alimentação de gado.










