
Incerteza económica na zona euro: Tensões comerciais e instabilidade política



Numa audição no Parlamento Europeu, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), advertiu que, apesar de um recente acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos ter diminuído alguns riscos, a possibilidade de novas tensões comerciais continua a ameaçar as exportações, o investimento e o consumo na zona euro. Lagarde sublinhou que a incerteza permanece, com o fraco desempenho das exportações — influenciado por tarifas, um euro mais forte e concorrência global — a limitar o crescimento económico no resto do ano, embora se espere uma melhoria no próximo ano.
As tensões geopolíticas foram também apontadas como uma fonte significativa de incerteza.
Para contrariar estes riscos, Lagarde sugeriu que um aumento das despesas em defesa e infraestruturas, juntamente com reformas que impulsionem a produtividade, poderiam estimular o crescimento.
A presidente do BCE vê também na atual conjuntura uma oportunidade para reforçar o papel global do euro.
Relativamente à inflação, que se tem mantido próxima da meta de 2%, Lagarde afirmou que "o processo desinflacionário terminou", sinalizando que esta observação será considerada nas futuras decisões de política monetária.
As projeções do BCE apontam para um crescimento económico de 1,2% em 2025, 1% em 2026 e 1,3% em 2027, com a inflação a situar-se em 2,1%, 1,7% e 1,9%, respetivamente, nos mesmos anos. Paralelamente, a instabilidade política em França, marcada pela demissão do primeiro-ministro Sébastien Lecornu, está a gerar preocupação nos mercados financeiros.
Segundo o economista António José Duarte, esta situação está a ter um impacto direto nos mercados obrigacionistas, com o diferencial da dívida francesa a dez anos a atingir 86 pontos base face à alemã, o dobro do spread da dívida portuguesa.
Esta perceção de risco político e fiscal está a aumentar os custos de financiamento para o Estado e para as empresas francesas. A necessidade de refinanciar cerca de 220 mil milhões de euros de dívida pública até ao final de 2025 agrava a pressão sobre as finanças públicas, levando os investidores a tratar a França, tradicionalmente um país central da zona euro, como um emissor periférico.
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