Grupo de hackers pró-russos reivindica ciberataque aos correios franceses

Um grupo de piratas informáticos pró-russos reivindicou a autoria de um ciberataque contra os correios franceses, La Poste, provocando perturbações significativas na entrega de encomendas durante a movimentada época natalícia.

O grupo de piratas informáticos ‘Noname057(16)’, associado a interesses pró-Rússia, assumiu a responsabilidade por um ciberataque de “negação de serviço” contra o serviço postal francês, La Poste. A reivindicação foi confirmada pela Procuradoria de Paris, que entregou a investigação à Direção-Geral de Segurança Interna (DGSI).

O ataque consistiu em sobrecarregar os sistemas informáticos da empresa com milhões de pedidos, levando ao seu colapso e resultando em atrasos generalizados na entrega de encomendas. O incidente ocorreu durante a semana do Natal, o período mais movimentado para a La Poste, que nos últimos dois meses do ano distribui cerca de 180 milhões de encomendas.

Como consequência, muitas estações de correios foram forçadas a fechar ou tiveram dificuldades em atender os clientes, e a comunicação com os destinatários foi severamente afetada devido à lentidão dos sistemas.

O ministro da Economia francês, Roland Lescure, afirmou que, embora o ataque seja agora de “baixa intensidade”, os seus efeitos ainda se fazem sentir. Apesar das perturbações, o ministro garantiu que a logística da empresa continua a funcionar e que os carteiros estão a acelerar o trabalho para que todas as encomendas sejam entregues antes do Natal.

Roland Lescure destacou como uma boa notícia o facto de não ter havido roubo de dados. Segundo especialistas consultados pela imprensa local, este tipo de ataque não tem como objetivo o ganho financeiro, mas sim prejudicar a reputação de uma empresa ou de um país, e requer um investimento económico significativo para ser executado.

O grupo ‘Noname057(16)’ já é conhecido das autoridades francesas, tendo estado envolvido em quase 2.200 ataques em França desde 2023, visando sobrecarregar vários sites oficiais, como o do Ministério da Justiça e de diversas câmaras municipais. Em julho, a Procuradoria de Paris tinha anunciado o desmantelamento da célula central deste grupo.