
Investigação em Coimbra sobre o Processamento Cerebral de Emoções Positivas



Um projeto de investigação liderado pela Universidade de Coimbra (UC) foca-se em perceber como o cérebro humano processa as emoções positivas recebidas de outras pessoas e o impacto deste mecanismo nas relações sociais. Conduzido pela investigadora Flavia Ricciardi, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CiBB), o estudo visa explorar os mecanismos biológicos subjacentes à empatia por emoções positivas, um campo que, ao contrário das emoções negativas, tem recebido pouca atenção da comunidade científica. A investigação assume particular relevância clínica, uma vez que a perceção de emoções positivas se encontra frequentemente comprometida em perturbações psiquiátricas como a depressão, a ansiedade social ou o transtorno do espetro do autismo.
Segundo Ricciardi, desvendar os mecanismos cerebrais deste fenómeno social é um passo fundamental para o futuro desenvolvimento de novas intervenções e abordagens farmacológicas para estas condições. Para atingir os seus objetivos, o projeto, que decorrerá até 2028, utilizará modelos animais robustos para estudar fenómenos como o “contágio emocional”, análogo à empatia humana, na tentativa de descobrir mecanismos biológicos próximos da realidade humana. A equipa espera que a identificação de conexões neuronais atípicas possa servir como um indicador de risco para dificuldades no desenvolvimento de competências sociais, permitindo uma intervenção antecipada.
A investigação é supervisionada na UC por Cristina Márquez, especialista em comportamento social, e conta com uma colaboração com a Universidade de Estrasburgo, em França. O projeto será apoiado com cerca de 156 mil euros por um mecanismo europeu que financia projetos de pós-doutoramento, com o intuito de apoiar a carreira e a empregabilidade de investigadores doutorados.
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