Otimismo Moderado: CIP/ISEG Melhora Previsão de Crescimento para 2025, mas Alerta para Riscos



A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e o ISEG reviram em alta a projeção de crescimento da economia nacional para 2025, apontando para uma expansão entre 1,8% e 1,9%. Esta estimativa representa uma melhoria de 0,1 pontos percentuais em relação à previsão anterior e é justificada pelo desempenho económico do terceiro trimestre, que superou as expectativas com um crescimento em cadeia de 0,8%. Apesar da revisão otimista, a projeção fica abaixo da meta de 2% inscrita pelo Governo no Orçamento do Estado, mas alinha-se com as previsões de outras instituições que acompanham a economia portuguesa. Para o final de 2025, a CIP e o ISEG antecipam a continuação de um desempenho positivo do consumo privado e um reforço no ritmo de crescimento do investimento, tanto público como privado. A confiança dos consumidores também registou uma tendência de crescimento, atingindo máximos de 12 meses em outubro, impulsionada por maiores intenções de compras e melhores perspetivas sobre a situação futura do país. Setorialmente, enquanto a indústria transformadora e os serviços apresentam sinais de fragilidade, a construção e o comércio a retalho mostram uma tendência crescente, sugerindo que o bom desempenho destes setores possa continuar no último trimestre do ano. Apesar das perspetivas positivas, a previsão pressupõe um abrandamento do crescimento em cadeia no quarto trimestre de 2025, a um ritmo inferior ao observado no trimestre anterior.
Os riscos mais significativos para a economia portuguesa permanecem na vertente externa.
Internamente, a deterioração das apreciações das empresas na indústria transformadora e nos serviços é um fator de moderação, tendo já provocado uma quebra nos indicadores de clima e de sentimento económico no início do último trimestre. Adicionalmente, o crescimento homólogo no final do ano será influenciado por um "efeito de base", devido ao desempenho muito positivo da economia no quarto trimestre de 2024. Rafael Alves da Rocha, diretor-geral da CIP, sublinhou que, para além das projeções de curto prazo, o crescimento sustentado de Portugal está dependente de "aumentos significativos da produtividade".
Segundo o responsável, esta é uma condição essencial para que o país consiga aumentar as suas quotas de mercado e manter o equilíbrio externo, baseando a sua competitividade no valor percebido pelo cliente.












