CMVM Reforça Transparência com Novo Comparador de Fundos PPR



A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) lançou esta segunda-feira, 15 de dezembro de 2025, um comparador de Planos Poupança Reforma (PPR) sob a forma de fundos de investimento.
A nova ferramenta, disponível no Portal do Investidor, faz parte do plano estratégico da entidade para 2025-2028 e tem como objetivo, segundo os seus responsáveis, aumentar a "confiança e proteção do investidor", promovendo a transparência no mercado.
Atualmente, a plataforma permite comparar 77 fundos PPR em comercialização.
O comparador permite analisar os produtos financeiros com base em três dimensões principais: retorno, custos e risco. A rentabilidade é apresentada como a média anual em diferentes prazos (um, dois, três, cinco e dez anos), com base na evolução histórica.
Os custos são refletidos na Taxa de Encargos Correntes (TEC), que agrega as despesas recorrentes do fundo, como comissões de gestão e auditoria. O nível de risco é apresentado numa escala de um a sete, conforme o indicador sintético que consta nos documentos oficiais de cada fundo. A ferramenta permite ainda descarregar a documentação específica de cada produto. Esta iniciativa da CMVM surge após a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) ter lançado, em maio, uma plataforma semelhante para os PPR sob a forma de seguros e fundos de pensões. Enquanto os seguros PPR, supervisionados pela ASF, geralmente garantem o capital investido, os fundos PPR, a cargo da CMVM, não oferecem essa garantia, podendo, contudo, proporcionar retornos mais elevados.
A vice-presidente da CMVM, Inês Drummond, alertou para a possibilidade de existirem diferenças nos dados entre as duas plataformas, nomeadamente nos custos, devido a metodologias de cálculo distintas. O presidente da CMVM, Luís Laginha de Sousa, destacou que a ferramenta visa "descomplicar" o acesso à informação para um leque alargado de investidores.
Anunciou ainda que o regulador pretende alargar o comparador a outros instrumentos financeiros no futuro, como fundos de investimento.
A CMVM decidiu avançar com esta solução nacional, desenvolvida com recursos internos, apesar de estar em discussão a criação de um comparador a nível europeu.
O regulador sublinha, no entanto, que a informação da plataforma não substitui a leitura atenta dos documentos de cada fundo, como as Informações Fundamentais ao Investidor (IFI).









